quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Escandalizando: Gilmar Mendes e José Serra

Fazendo repercutir notícia de meia página da Folha de hoje.




Para ler a notícia, basta clicar no linkão aí em cima.  Em suma, é o seguinte:

O PT entrou com um recurso no STF contra a lei que exige a apresentação do título de eleitor junto com o documento com foto na sessão eleitoral.  Trata-se de manobra política, é bom que se diga, pois essa lei foi aprovada com apoio do partido e sancionada pelo Lula.

Mas...


A votação estava em curso no STF, e os 7 ministros que já haviam votado, haviam se posicionado contra a obrigatoriedade do título, por entenderem que este não garante que não há fraude, já que o documento não tem foto.  Entendem ainda que os dados necessários já se encontram nas sessões eleitorais, e um documento com foto (RG) basta para aidentificação do eleitor.

6 votos seriam suficientes para garantir a não obrigatoriedade do título.  7 já haviam votado: Ellen Gracie, José Antônio Dias Toffoli,Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto e Marco Aurélio Mello (que disse que ele próprio perdeu seu título).  Ou seja: qualquer voto posterior era voto vencido.

Às 14 horas de ontem, no meio da sessão, José Serra pediu para um assessor que telefonasse para Gilmar Mendes.  Em pouco tempo, recebeu o celular em mãos, com a informação de que Gilmar Mendes estava na linha.


A conversa foi presenciada pela reportagem da Folha.


Serra inicia a conversa chamando Mendes de "meu presidente".  Conversa vai, conversa vem, e pouco tempo depois, com o resultado já definido...

 Gilmar Mendes faz pedido de vistas ao processo.  Com isso interrompe a sessão, de resultado já definido.  Prometeu à Folha que daria seu voto ainda hoje, mas caso não o faça, fica valendo a obrigatoriedade do título de eleitor.









Ambos, Serra e Mendes negam ter conversado!!


...


E o que tem de tão importante nisso?

O PSDB avalia que o eleitorado mais pobre, preferencialmente de Dilma, tem uma probabilidade maior de não estar ciente da obrigatoriedade do documento, o que poderia tirar de Dilma votos na faixa de renda na qual ela se sai melhor - que diga-se de passagem, é a maior faixa do eleitorado.

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Analisando o fato: Serra e o PSDB, tão ávidos a  acusar o Governo Federal de quebras de sigilo de personagens  menores do partido deles - manipulam o próprio poder judiciário a partir de sua mais alta instância: o STF.  E o fazem através do mais polêmico ministro do tribunal, o sr, Gilmar Mendes, último presidente da casa e envolvido em um sem número de confusões.

Pergunta:

Se a imprensa pegasse a Dilma fazendo o mesmo, qual seria a repercussão disso?

Outra contradição interessante acontece nesse momento no Paraná:

Álvaro Dias, que ao lado do Arthur Virgílio (que vai perder seu mandato), foi o maior crítico do governo Lula no Senado.
Seu irmão, Osmar Dias, está concorrendo ao governo do Paraná, apoiado por Lula, Dilma e Requião.  No último debate da Globo iniciou sua fala agradecendo a um telefonema do presidente, pouco antes, desejando-lhe sorte.

Álvaro Dias, deu entrevista ao ig, dizendo que foi traído pelo próprio partido (PSDB).  Já tinha sido, ao ser preterido como vice da chapa de Serra em favor do desconhecido Índio da Costa, do DEM-RJ.  Para ver a entrevista, clique aqui.

Disse, entre outras coisas, que o candidato do PSDB, faz "agressões despropositadas" ao seu irmão Osmar, e que é um "ser desprovido de ética".  É interessante ver tucanos provando de sua própria verborragia.

Outro fato interessante: os tucanos, ferrenhos defensores do sagrado direito à Liberdade de Imprensa, proibiram, através de ações judiciais, a divulgação das 3 últimas pesquisas eleitorais (Datafolha, Ibope e Vox Populi), alegando que os métodos são questionáveis.

Nas últimas pesquisas publicadas, Beto Richa (PSDB) vinha perdendo votos para Osmar Dias.

De qualquer forma, é bom lembrar que os Dias também não são flor que se cheire.  Como não era o Requião.

O Paraná é um estado sui generis.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O desespero da Folha e a alegria do sentimento de dever cumprido

Uma aprendizado importante da relação que temos com nossos irmãos, na minha opinião, é o aprender a brigar.  Quando criança, briguei bastante com a Paula, minha irmã, algumas vezes fisicamente - embora ninguém jamais tenha batido na cara, afinal, todo poder tem limite.  Eu sou o primogênito, e essa condição me mpunha uma certa responsabilidade: medir a força aplicada.  Acho que apanhei mais do que bati, e certamente, me machuquei mais, já que a Paula podia usar unhas.  Outro aspecto desvantajoso de ser o mais velho é o fato de que o irmão mais novo pode se valer da "estratégia do escândalo desproporcional" para resolver os conflitos com a instância superior: os pais.  Quem tem irmão mais novo sabe como isso funciona: uma briga começa por qualquer motivo, você resolve dar um tapa, mas por erro ou consciência dá um tapa muito fraco, ou nem acerta.  O irmão mais novo vai correndo contar pros pais, mas arma um escândalo desproporcional: chora muito, com muitas lágrimas, rosto inchado e vermelho, chega a soluçar e gaguejar.  Trata-se de uma estratégia tão safada que a gente abandona isso quando cresce.

Bem, tudo isso para fazer um paralelo com a atual "crise" entre Imprensa e Presidente da República.  Dando nome aos bois: a Imprensa atua como caçula, o Presidente como primogênito e o Eleitorado como os pais.

A cobertura da Folha de São Paulo tem sido - como a gente espera - muito mais favorável à candidatura peessedebista que à governista.  Esse fato é claro, e a própria ombudsman da Folha já forneceu os números de um levantamento interno que quantifica a cobertura positiva e negativa à respeito de todas as candidaturas.

No último domingo, 26 de setembro, Suzana Singer, ombusman da Folha escreveu:

"Os críticos à Folha têm razão quando afirmam que o noticiário está mais negativo a Dilma do que a Serra - embora seja preciso considerar que ela é a favorita. Algumas denúncias surgiram com força e depois se perderam em um certo vazio, como o escândalo da quebra do sigilo fiscal. No afã de esmiuçar a biografia da candidata do governo, fatos sem importância ganharam destaque indevido."
 A Folha chegou a publicar fac-símiles dos boletins escolares de Dilma e seu histórico escolar de pós-graduação.  Suzana Singer aparentemente foi enquadrada pelo jornal, pois semanas antes havia denunciado esse desequilíbrio na cobertura - agora escreve que a diferença na cobertura se justifica pelo fato de Dilma figurar em primeiro lugar nas pesquisas de opinião pública.

Outras jogadas interessantes da Folha foram a publicação de uma entrevista com o probo Rubnei Quícoli, condenado por por receptação de carga roubada e uso de dinheiro falso (ficou 10 meses preso), na qual ele se diz "horrorizado de ter que pagar 5% pelo crédito do BNDES".  Um dia depois publicaram o seguinte: "Erenice planejava defender investigados por corrupção quando saísse do governo".  Nessa reportagem, há uma gravação de conversa telefônica entre a ex-ministra e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeaus, onde num desabafo, Erenice diz que a situação política do Brasil chegou a um nível absurdo de denuncismo e que um dia ainda sairia e ganharia dinheiro com isso (atuando como advogada de defesa de gente que foi denunciada por oportunismo ou conveniência política).  A gravação está disponível no link, vale a pena escutar e julgar qual foi o espírito da declaração.

No meio de tudo isso, o irmão mais velho Lula começou a atirar contra a imprensa, acusando-a de se comportar como um partido político.  Falou sobre a necessidade da imprensa ter responsabilidade sobre o que publica, declarações que foram interpretadas como um ataque ao Sagrado Direito de Liberdade de Imprensa.  Esse tema dominou a cobertura da Folha nas duas últimas semanas, tirando de Serra a necessidade de bater em um presidente com 80% de aprovação.  Serra passou a se comportar de outra forma nos debates, abandonando os ataques e questionamentos diretos à Dilma.  A rejeição à Dilma cresceu a níveis recordes (27% segundo Datafolha de hoje), ampliando as possibilidades de um segundo turno.

Outra frente de atuação da Folha está em não noticiar devidamente a campanha ao governo de São Paulo, na qual Alckmin lidera absoluto.  Alguém acredita que se revirarmos os 16 anos de governos tucanos em SP não encontraremos nada?  Despolitiza-se de um lado e lançam mão do escândalo desproporcional do outro.  A última (acho que não definitiva) cartada foi um recurso inédito em coberturas políticas do jornal: o editorial de domingo, foi publicado na primeira página do jornal.  Trata-se de um texto que acusa o presedente de cerceamento à Liberdade de Imprensa, intitulado "Todo poder tem limite".  No texto o jornal reconhece os avanços sociais do governo Lula, para depois ameaçar:

"Fiquem ambos advertidos (Lula e Dilma), porém, de que tais bravatas somente redobram a confiança na utilidade pública do jornalismo livre. Fiquem advertidos de que tentativas de controle da imprensa serão repudiadas -e qualquer governo terá de violar cláusulas pétreas da Constituição na aventura temerária de implantá-lo."
 
Da mesma forma que a imprensa espera que os políticos aceitem as críticas como parte do jogo democrático, ainda que esteja claro que boa parte do que é veiculado seja claramente manipulado, deveria aceitar ser criticada.  Não vejo nenhum ataque à Liberdade de Imprensa nas declarações de Lula, que atua no direito de se defender e colocar a sua leitura dos fatos: veja e Folha tentam se vender como plurais e apartidárias quando são, claramente, defensoras ferrenhas do tucanato.  Melhor papel faz o Estadão, que vai na mesma linha de denuncismo mas, pelo menos, deixa claro em editorial seu apoio ao PSDB.  Fica aqui o paralelo da estratégia do escândalo desproporcional do irmão mais novo.  A Folha apelou para um recurso extremo - denunciou, às lágrimas, para o eleitorado as agressões que tem sofrido do irmãozão Lula.  Com editorial na primeira página...oooohhhh!!!

A mesma estratégia malandra foi utilizada pela Folha no ano passado, quando o jornal insistia que Lula e o PT armavam uma estratégia visando o terceiro mandato.  Que fique claro que, se quisesse, Lula teria conseguido.

sábado, 18 de setembro de 2010

Autoanálise

Como a imensa maioria dos blogs da internet, Wilbor se Revolta é um espaço narcísico. Com isso quero dizer: escrevemos aqui para ver a nós mesmos -- para nos ver em público. A consciência desse fato, espero, nos ajuda a prevenir certos excessos de narcisismo. Mas este é um espaço destinado a testar, a experimentar de forma "segura" a experiência de "exposição pública".

Wilbor também é um espaço pensado para ser livre; como o Marcelo já colocou, não se deixar tolher em demasiado pela autocensura. A idéia é postar sem muita preocupação com o acabamento, ter uma experiência de colocar idéias ainda meio selvagens em público. Até porque é o que fazemos na maior parte da vida. Para mim e para meu co-blogger, este espaço tem possibilitado um exercício de raciocínio e expressão fantásticos.

Por isso mesmo, Wilbor é um espaço amador. Ninguém aqui é "blogueiro profissional" nem nunca quis ser. Ninguém aqui ganha dinheiro ou fama com isto (ainda). Nosso compromentimento com este espaço é o compromentimento com a tranqüilidade. Wilbor não pode ser um peso, um trabalho -- está mais para uma válvula de escape. Não há nem nunca houve uma preocupação de periodicidade diária, com tipo de atualização constante que costuma ser prescrita para os "blogs de sucesso". Pessoalmente, acho essa exigência exasperante, acintosa. Contraditório que possa ser, é um blog a favor da "desconexão" -- ou melhor, da conexão seletiva.

Wilbor é, no fim das contas, espaço de exercício e registro do ócio criativo.

(Aí está algo que realmente une a nós dois co-bloggers: o apreço pelo ócio e da criação que dele advém.)

Wilbor é sobretudo um espaço exploratório. Foi criado como canal de diálogo e parceria (o que Marcelo já bem explicou), mas foi e é uma experiência de estar na internet, de participar de alguma maneira da web e das especificidades do meio. Acreditem, são muitas as especificidades: as mudanças graduais de design do blog refletem nossa crescente compreensão e domínio deste espaço como ferramenta comunicativa, narrativa e dialógica -- afinal, recebemos respostas e comentários; não é uma via de mão única. Quando este blog começou, o simples ato de ditar o tamanho com que uma imagem aparece aqui era um mistério. Mudamos do UOL para o blogger principalmente pelas opções mais ricas de design que este nos oferecia. E embora agora esteja facílimo colocar elementos visuais que cinco anos atrás me deixariam babando, eu tive de me bater muito -- e amadoristicamente -- com programação de códigos para ter os resultados que queria.

Esse esforço todo porque -- e aí está outra especificidade do Wilbor -- não se trata aqui apenas de dizer, mas de mostrar. Mais que só escrever, quisemos um blog porque ele nos permitiria dar vazão à uma produção necessariamente visual (Child abuse é o exemplo mais claro). Tanto eu como o Marcelo temos muitos interesses visuais (colocamos muito pouco de nossas fotografias aqui, mas isso ainda vai mudar). Assim, trata-se também de uma exploração visualmente expressiva do meio, que pra mim -- envolvido com combinações de palavras e imagens desde que me conheço por gente -- sempre foi particularmente importante.

Como alguns blogs, Wilbor nunca teve pauta, nunca possuiu um tema. Pode-se dizer que a grande categoria aglutinadora aqui sempre foi o humor -- o humor obscuro-- mas nunca que este foi um "blog de humor". Não era. Após cinco anos, somos capazes agora de separar alguns produções nossas que se sobressaíram -- estão aí na barra horizontal acima -- mas elas não representam "os temas do Wilbor".  O conteúdo aqui presente é nem mais nem menos que o registro de nossos interesses comuns e individuais.Wilbor é um relato de nossos mergulhos no caótico oceano internético -- o que produzimos aqui, o que aqui encontramos nas profundezas, o que consideramos digno de nota ou que, por algum motivo obscuro, achamos que "combina" com o blog.

O que Wilbor não é nem nunca foi é um blog de vida pessoal -- não narramos nossas vidas diárias -- nem um blog de "atualidade" -- nunca nos sentimos obrigados a comentar o que acontece no momento, seja no cinema, na política, nos quadrinhos. Muito ocasionalmente, falamos de nós mesmos e de fatos do momento, mas são registros de nossas reflexões e gozações que julgamos pertinentes a colocar em público. Há critério nessa porralouquice, enfim.

Sendo amador, descompromissado e narcísico, Wilbor também é obscuro. Faz-se aqui um humor muitas vezes incompreensível -- às vezes conscientemente, às vezes acidentalmente. Penso que esta é uma das causas da raridade de comentários. Não somos "polemizadores" (raça que abunda na internet e que me torra o saco), e tampouco "jogamos pra torcida" -- nem temos torcida, apenas uns bons amigos e uns tantos acompanhantes curiosos aos quais muito agradecemos. Já queimamos o filme umas e outras vezes -- e, infelizmente, o resultado geralmente foi mais silêncio do que discussão, com a exceção do exemplo já citado pelo Marcelo.

Por fim: Wilbor se revolta é uma fala de uma história em quadrinhos infame e engraçadíssima de Fernando Gonzales que eu nunca mais consegui achar. (Essa, enfim, é uma das únicas piadas aqui que nem o Marcelo pôde acompanhar, pois não pude mostrar a HQ a ele; a única pessoa que sei que entendeu quando sugeri o nome foi o Thales...) Juro que assim que encontrá-la a história será postada inteira aqui.

Garanto que o farei antes do aniversário de 10 anos.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Wilbor: há 5 anos aclamado pela autocrítica, construindo a internet pra você!

Há exatos 5 anos, as 23:32 do dia 16 de setembro de 2005 nascia, ainda hospedado na UOL, o Wilbor.

A blogosfera é um universo que me atraiu cedo, tenho a impressão de que isso começou quando me toquei de que o boom de blogs nos EUA, que tratavam de banalidades à política, abria um espaço inédito, no qual qualquer pessoa podia brincar de jornalista/cronista/ensaísta/humorista.

Minha primeira experiência com blogs foi em 2004.  Sempre gostei de escrever, e ainda sem ter muita noção do "pra que servia um blog" ou mesmo sem conhecer muitos outros, resolvi criar um pra mim, o malfadado "Papo de Quintal", que durou 99 dias e rendeu 38 postagens (mais um dia e eu teria algo a comemorar por lá!).  Naquela época, fazer e manter um blog era uma tarefa um pouco enfadonha: as opções de postagem e formatação eram muito limitadas, de forma que todos os blogs eram visualmente muito parecidos.  Além disso, o fato de escrever o blog sozinho era um pouco chato e me obrigava a manter uma frequência de postagens incompatível com as minhas pretensões e com o tempo que tinha disponível - como curiosidade devo dizer que aquele blog foi criado no meio de uma crise terrível da minha hérnia de disco, o que me manteve em casa por muito tempo.

Dito isso, passo a falar especificamente deste blog, principalmente sobre como surgiu e como eu o vejo hoje.  Para fazer isso, acho importante explicar algumas coisas sobre a minha amizade com o Gabriel.

Conheço o meu co-blogger desde os 11 anos de idade, de forma que já fazem 20 anos.  Ambos somos filhos de professores de Geografia da UEM, e nos encontramos, pela primeira vez, num churrasco do departamento.  Gabriel não morava em Maringá, éramos "amigos de férias", e, crianças que éramos àquela época, as nossas reuniões serviam mais para brincar mesmo, eu e ele, minha irmã com a irmã dele.

Eu e o Gabriel tínhamos tudo para sermos apenas conhecidos, mas nessas primeiras férias dele em Maringá nos vimos um bocado, e nas visitas subsequentes sempre nos visitavámos, frequentemente também com a companhia do Roberto Kaz, outro amigo de longa data que também escreve - aliás, dizer que o Beto "também escreve" é pretensão nossa, já que o Beto é um jornalista brilhante, atualmente na Folha de São Paulo e com uma belíssima passagem pela revista Piauí.

Bem...apesar dessa condição de  amigos que se viam muito pouco, posso dizer que eu e o Gabriel crescemos juntos, e acho que ao longo desse tempo todo tivemos bastante influência um sobre o outro.  Devo muito de minha formação intelectual às nossas conversas.  Isso explica um pouco do tipo de humor que tempera o Wilbor.  Se há 20 anos nós nos encontrávamos para brincar, acho que dá pra dizer que hoje em dia isso ainda permanece...só deixamos de lado os brinquedos e videogames.

Meus encontros com o Gabriel seguem um certo padrão: nos cumprimentamos, contamos as novidades e passamos a conversar sobre qualquer assunto.  Às vezes a conversa entra de forma tão direta que nem passamos pelas novidades - Gabriel esteve aqui há poucas semanas e eu percebi que não conversamos quase nada sobre a viagem dele à Europa.  Fofocas e conhecidos em comum, asseguro aos senhores, são muito raros e jamais foram assunto principal, talvez com a exceção do Beto, por ter se tornado jornalista, e coincidentemente ter passagens pela Piauí e Folha, duas publicações que nós assinamos, fato que deixa a gente orgulhoso.  Alguns temas são mais frequentes, e acho que o conteúdo do nosso blog reflete muito disso: política, ciência, religião, música, literatura, fotografia, quadrinhos (e o Laerte como categoria onipresente).  Conclusão deste minuto: o rumo das nossas conversas poderia ser considerado muito anárquico, não fosse o Wilbor pra provar que existe algum padrão nisso tudo.

Ao longo de todo esse tempo de convívio intermitente, muitas idéias de projetos compartilhados surgiram, mas penso que para nós, o próprio exercício mental de pensar em paródias de coisas, apontar as esquisitices do nosso cotidiano e imaginar campanhas publicitárias fictícias já bastava, tanto que a imensa maioria dessas idéias sequer entraram no papel, que dirá sair dele.  Mas um dia qualquer, lá em 2005, numa dessas longas viagens, bolamos uma campanha contra o abuso infantil (Child Abuse) que tomou o resto da noite.  Não me lembro muito bem do processo criativo, mas a tinha a ver com as correntes de e-mails de auto-ajuda, as fotos de mãozonas de pais segurando pezinhos de bebês.  A memória do Gabriel é melhor que a minha, mas pode ter sido assim: alguém fez um comentário sobre esse tipo de foto "isso podia ser coisa de quem tem tara por pés...pés de crianças!"  Imaginamos uma série de imagens desse tipo, sempre essas fotos comoventes com o slogan acusatório "Child Abuse", e o arremate, pronunciado pelo Gabriel imitando uma apresentadora fictícia de telejornal norte-americana lésbica que lia "Just Don´t" - em alusão ao slogan da Nike.  Ao final deste processo a barriga do Gabriel certamente estava doendo, e nos ocorreu que podíamos ter um espaço virtual para desovar essas viagens todas.

"Child abuse" sempre será particularmente mais engraçado para nós, isso faz parte do tal "humor obscuro" que é mais claro pra gente por conta de uma cumplicidade que nos permite compreender qual é o twist que torna tal situação inusitada, ainda que eu pense que é um humor possível, embora limitado a um pequeno contingente.  Para mim, o mais engraçado dessas campanhas são os comentários - poucos, que se registre - de pessoas que apóiam as iniciativas.  Um dos posts em defesa dos golfinhos recebeu um comentário que me faz rir até hoje: "é isso aí Marcelo!! saiba que não estás sozinho nessa! parabéns pela iniciativa!!"

Esse blog tem, para mim, três funções básicas:

1) Serve como um espaço no qual eu desovo qualquer bobagem que resolva escrever; ou como divulgação e discussão de fatos que considero interessantes ou importantes.  Quem acompanha o blog com alguma regularidade sabe que a gente não costuma impor níveis muito altos de auto-censura.

2) É um canal de comunicação que tenho com esse velho amigo.  Boa parte das coisas que a gente escreve por aqui ou vieram de conversas prévias ou são posteriormente discutidas pessoalmente.

Há ainda uma terceira coisa que o Gabriel deve abordar no post dele sobre o blog - deixarei para comentar por lá.

Escrever no Wilbor tem sido uma experiência muito enriquecedora para mim.  Primeiro porque evita um enferrujamento total do hábito de escrever, o que considero muito importante.  Segundo, porque apesar da baixa auto-censura, sabemos que o que se escreve aqui se torna público, de forma que nos leva a imaginar o que as pessoas que lêem pensam a respeito do que foi escrito, o que força à prática da retórica.  Terceiro, porque escrever em co-autoria facilita muito o trabalho.

Esse blog adicionou uma nova seção nos encontros com o Gabriel - as "discussões de pauta".  O fato de ter uma outra pessoa postando apresenta duas grandes vantagens: evita que fiquemos na inércia completa e também faz com que a necessidade do ritmo de produção seja mais tranquilo.  Qualquer leitor que entre pela primeira vez no blog pode, ao invés de se mijar de ansiedade pela próxima postagem, ler as anteriores - até o momento são mais de 600 só no endereço novo.

Como todos os projetos que eu comecei na vida, a intenção deste é ter continuidade.  Fico muito satisfeito em ver que Wilbor não caiu na vala comum das "coisas que já fiz na vida" e está aí, firme e forte, depois de 5 anos.  Pode parecer pouco, mas considerando que a blogosfera começou pra valer em 2003, acho que podemos nos considerar pioneiros nesse meio.  Desde que começamos, passamos por algumas mudanças de forma, conteúdo e ferramentas de edição, inflacionamos a nossa aba lateral com uma infinidade de links - de vez em quando tem faxina - e penso que melhoramos também o material apresentado.  Tendo em vista que esse blog já poderia ter acabado em qualquer momento do passado e ainda está de pé, acho que é um projeto que ainda deva durar por bastante tempo.

Gostaria, por fim, de agradecer a todos que seguiram o Wilbor ao longo destes 5 anos - com menção honrosa para o Marcel, campeão de comentários por aqui, e responsável por alguns debates calorosos.  A gente sabe que as pessoas não costumam comentar, mas é muito legal quando isso acontece.  Esses dias reli quase o conteúdo todo do blog, incluindo o arquivo antigo, e percebi que a discussão mais longa que já ocorreu por aqui ocorreu em função de um dos posts mais curtos e despretensiosos da história do Wilbor, que está no final desta página.  O Marvin desapareceu pouco depois disso.

Bom, é isso aí.  Parabéns pra nóis!

Wilbor em números

Esse post serve somente para matar a curiosidade das pessoas que nos acessam - e fundamentalmente, para saciar a minha mania de quantificação.  O número total de visitas é dado pela soma dos contadores deste blog e da versão anterior, e não é tão preciso.  Essa informação contabiliza 49.992 visitas.  Os outros dados representam um período que começa em 08 de setembro de 2008, a partir de quando temos o acompanhamento do Google Analytics, que fornece dados bastante precisos.  Dessa forma, os dados colocados representam os acessos dos últimos dois anos.

A partir de 08 de setembro de 2008 os dados são os seguintes:


17.508 visitantes, 22,4% dos quais, acessaram o blog mais de uma vez.

São 34,37 visualizações por dia.

O tempo médio de permanência no site é de 1 minuto e 22 segundos.

47,55% dos visitantes usam firefox, 32,62% usam o Internet Explorer, 17,13% usam o Google Chrome e 1,70% utilizam outros navegadores.

Os nossos visitantes são, em sua imensa maioria brasileiros (91,53%).  Os outros países com maior número de acessos, em ordem são: Portugal, EUA, França, Argentina, Reino Unido, Japão, Alemanha, Itália e Canadá.  No total, fomos acessados de 76 países, incluindo Chipre, Jamaica, Gana e Irã.


Um dado curioso é o tempo de permanência no site.  À  frente do Brasil, com 1 minuto e 26 segundos estão Irã (6:03), República Tcheca (3:19), Argentina (2:32 - valeu Lívia), Reino Unido (1:45) e Indonésia (1:36).

Estamos sendo observados por Ahmadinejad!!

Dentro do Brasil, fomos acessados a partir de 290 localidades.  As cidades a partir das quais tivemos mais acessos são:

1. São Paulo - 2.943 visitas
2. Rio de Janeiro - 2.018
3. Maringá - 1.537
4. Brasília - 556
5. Belo Horizonte - 495
6. Curitiba - 461
7. Campinas - 414
8. Fortaleza - 382
9. Porto Alegre - 299
10. Santa Maria - 297

Em tempo de permanência no blog, considerando apenas cidades com pelo menos 10 acessos, o quadro é o seguinte:

1. Viçosa - 13m39s
2. Canoas - 11m23s
3. Leme - 9m33s
4. Porto Ferreira -7m45s
5. Imperatriz - 7m41s
6. São João da Boa Vista - 6m38s
7. Flores da Cunha - 6m11s

Claro que como São Paulo, Rio e as grandes cidades tem um número muito maior de visitas e a maior parte passa muito pouco tempo, quando não nenhum, essas ficam bem abaixo dessa média (o que mostra que os acessos dos autores não contribuem tanto assim).  Os acessos dessas cidades aí em cima provavelmente foram de pessoas que leram algum conteúdo.  Agradecemos!

Agora, o dado mais interessante de todos é o que o analytics chama de "lealdade".  Mostra quantos visitantes visitaram o site apenas uma vez, duas, cinquenta...meio confuso, mas funciona assim:


Pessoas que visitaram o blog 1 vez são responsáveis por 13.599 visitas.
Pessoas que visitaram o blog entre 26 e 50 vezes, são responsáveis por 395 visitas.
Pessoas que visitaram o blog entre 101 e 200 vezes, são responsáveis por 397 visitas.

1 vezes 13.599 visitas
2 vezes 733 visitas
3 vezes 307 visitas
4 vezes 189 visitas
5 vezes 150 visitas
6 vezes 117 visitas
7 vezes 106 visitas
8 vezes 98 visitas
9-14 vezes 403 visitas
15-25 vezes 395 visitas
26-50 vezes 420 visitas
51-100 vezes 397 visitas
101-200 vezes 303 visitas
201+ vezes 291 visitas

 Pelos meus cálculos, umas 75 pessoas visitaram o site mais de 10 vezes...é pouco, mas confesso que bem mais do que eu imaginava.

Bom, é isso aí.  Em 2015 sai mais um levantamento desses.

Aconteceu há 5 anos

Só como exercício de memória, 2 reportagens do dia do nascimento deste blog.  O fato político mais importante era o escândalo do mensalão.  A igreja católica já era absurda, Paulinho Maluf estava preso e o Larte mandando muito bem:


Juiz nega liminar para soltar Maluf e Flávio
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz federal Luciano Godoy negou ontem o pedido de liminar em habeas corpus para o ex-prefeito Paulo Maluf e o filho dele Flávio. Os dois dividem uma cela na Polícia Federal de São Paulo desde o último sábado.
Com a decisão de Godoy de rejeitar o pedido de liminar (antecipação de uma decisão final) e de manter a decisão da juíza Sílvia Maria Rocha, de primeira instância, o habeas corpus de Maluf e de Flávio poderá levar cerca de 30 dias para ser julgado novamente.
Godoy está substituindo a desembargadora da primeira turma do TRF (Tribunal Regional Federal), Vesna Kolmar, que está de férias. Os advogados dos Maluf deverão recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), em Brasília, contra a prisão preventiva.
Em sua decisão, o juiz federal afirmou que os fatos apresentados pelos advogados dos Maluf não preponderam em favor dos acusados. "Pelo contrário, demonstram, em princípio, a personalidade voltada para a prática delitiva e a manifesta possibilidade de perseverança no comportamento delituoso, circunstâncias que autorizam a sua manutenção em cárcere, para a garantia da ordem pública."
O juiz sustentou que, nos autos, há prova da existência de crime e indícios de autoria, indicando a movimentação internacional de montante expressivo de dinheiro.
Quanto ao pedido feito pela defesa de Maluf de que, como ex-prefeito, ele tem o direito de ser processado em instância superior, Godoy discordou. "O foro privilegiado para ex-autoridades agride a idéia da igualdade entre os cidadãos."
No final de sua decisão, Godoy recomendou "cautela e sensatez" aos agentes públicos, para que não tratem o ex-prefeito e o filho "nem melhor nem pior" do que qualquer outro preso.
"A manutenção da prisão preventiva (...) não significa que cidadãos brasileiros possam sofrer quaisquer tipos de humilhações. Mas, por outro lado, a notoriedade e a situação econômica privilegiada dos pacientes também não lhes pode gerar benefícios ou regalias na prisão. Há que receberem tratamento igual àquele destinado aos demais encarcerados", afirmou o juiz.
Para Godoy, em liberdade, Maluf e o filho poderiam atrapalhar o andamento do processo que é movido contra eles por corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha. A soma das penas mínimas é de oito anos de reclusão.


Vaticano procurará por "evidência de homossexualismo" nos EUA DA REDAÇÃO

Segundo informações do jornal norte-americano "New York Times", o Vaticano recrutou clérigos católicos para um trabalho de avaliação dos seminários nos EUA, com o objetivo de procurar por "evidência de homossexualismo" e por professores cujos ensinamentos divirjam das doutrinas da igreja.
De acordo com o jornal, é aguardado um documento do Vaticano deliberando sobre se os clérigos homossexuais devem ou não ser banidos da igreja. Pode-se ter uma idéia do conteúdo dele com base em afirmação do arcebispo Edwin O'Brien, que está encarregado de supervisionar a avaliação dos seminários americanos: "Quem quer que tenha se envolvido em atividades homossexuais ou tenha forte inclinação homossexual" não deveria ser admitido num seminário.
A investigação determinada pelo Vaticano, diz o "New York Times", vem em resposta aos escândalos de abuso sexual por parte de padres americanos que despontaram no ano de 2002 -quando o cardeal Bernard Law, acusado de encobertar a prática de pedofilia por padres em sua diocese, renunciou ao arcebispado de Boston e foi transferido para Roma.
No processo de avaliação, chamado de visita apostólica, membros da Igreja Católica dos EUA irão a 229 seminários, que têm mais de 4.500 alunos.
O jornal conta também que um estudo encomendado pela Igreja Católica no ano passado revelou que 80% das jovens vítimas de abuso por parte dos prelados eram garotos, daí o foco no homossexualismo.
O processo de avaliação consistirá em entrevistas privadas dos delegados da Santa Sé com professores e alunos dos seminários, além de seminaristas formados nos últimos três anos.
Entre as perguntas contidas no questionário, diz o "Times", uma exige que se responda se "há evidência de homossexualismo no seminário" e é acompanhada pela rubrica "a resposta a esta questão é obrigatória".
Também obrigatório será responder se "os seminaristas e funcionários do colégio têm conhecimento da vida moral daqueles que vivem na instituição".
Os avaliadores perguntarão ainda, conta o "Times", se os professores "estão atentos a sinais de amizades especiais".


 Laerte:

domingo, 12 de setembro de 2010

L'espetacle (2): Orwell versus Huxley

Já li há vários anos atrás as duas distopias mais feijão-com-arroz da literatura do século XX: Admirável mundo novo, de Aldous Huxley, e 1984, de George Orwell. Dois livros interessantíssimos.

Li Admirável mundo novo depois de 1984, numa edição barata com ilustrações vagabudas. Por contraditório que pareça, ele me soou ao mesmo mais antiquadomais fantástico que 1984, e ao mesmo tempo mais certeiro quanto ao caminho que andamos trilhando.

Aí que, chegando à história em quadrinhos abaixo (desenhada por Stuart McMillen), descobri que muitas outras pessoas tinham opinião parecida, e que já há pelo menos um livro comparando as perspectivas dos dois autores: Amusing ourselves to death: public discourse in the age of show bussiness, de Neil  Postman.

Não sei se o livro é bom, mas a pequena síntese colocada na HQ abaixo é bacana.







(Eu vi essa HQ primeiro numa revista alemã chamada FAZ-FEUILLETON-SEITE, na qual cheguei através de um post do site The Edge (site sobre internet, tecnologia e cultura contemporânea). Procurando mais, achei a imagem num blog de crítica filosófica.)

Embora seja um livro posterior, li 1984 primeiro. O que mais me impressionou no livro não foi sua descrição de uma sociedade totalitária (retratada nos moldes de um estado stalinista ultra-exacerbado tecnológica e culturalmente), mas sim o processo de destruição sistemática do protagonista através da tortura,que ocorre no final.
Mas1984 também tinha um conceito para mim extremamente interessante: o doublethink ("duplipensar"). A idéia de um processo de pensamento no qual se aceitam idéias conflitantes, desde que a autoridade lhe diga que sim. Uma espécie de lavagem cerebral auto-inflingida. 
O conceito me impressionou não por seu uso numa a sociedade totalitária, mas sim por sua onipresença no "mundo livre" atual. Por um lado, há aquilo que desde a infância eu tenho ouvido ser chamado de "memória curta": a tendência do público a acreditar no que quer a mídia esteja dizendo AGORA, sem prestar atenção no fato dela estar contradizendo o que já disse antes. Mas o doublethinking me leva também àquilo que autores como Fredric Jameson assinalam como a tendência altamente esquizóide da psique pós-moderna, e como essa psique seria preocupantemente narcisista e apolítica.

Claro, a diferença está no fato de que, ao contrário de 1984, as pessoas "livres" não duplipensam por obediência fanática a dogmas centralmente ditados por um Estado; sua alienação em relação ao funcionamento da sociedade vem, antes, de estarem tão envolvidas e preocupadas com seus pequenos prazeres, com os pequenos espetáculos diários e com os pequenos lugares que lhes cabe, não por autoridade, mas por comodidade, no sistema -- como em Admirável Mundo Novo.

Mas como eu disse, Adimirável Mundo Novo me pareceu ao mesmo tempo mais atual e mais antiquado. Antiquado por que no fundo ele deixar transparecer um moralismo cultural que, francamente, me pareceu "coisa de velho". A idealização de um "ser humano pleno" como um aficcionado por Shapespeare me soou meio forçadinha, ainda ligada a um ideal romântico-liberal-oitocentista de subjetividade e individualidade. Mas a descrição do controle das pessoas num mundo tecnologicamente rico e prazeiroso me pareceu mais revelador de nosso atual momento.

Já havia me ocorrido antes a ironia: o programa Big Brother, cujo nome se baseou no líder fictício de 1984, é na verdade um dos melhores indícios da atualidade do princípio de... Admirável mundo novo.


 Mas achar que as sendas distópicas de Huxley e Orwell sejam mutuamente excludentes talvez seja uma abordagem equivocada.


Ignorance is strength, Bial.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Plantão médico - homeopatia



Mais uma comédia britânica, essa descoberta através de uma dica da Grace.

Pra quem não sabe como a homeopatia funciona, ou melhor, como a homeopatia pensa a medicina, vale a pena assistir essa palestra de pouco mais de 17 minutos de James Randi, o mágico debunker que oferece o prêmio de 1 milhão de dólares para qualquer pessoa que provar um fenômeno paranormal - ninguém jamais levou, claro.  Esse vídeo é um TED, tem legenda em português, é só clicar no botão "view subtitles" e escolher o idioma.




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quinta-feira, 2 de setembro de 2010