domingo, 28 de março de 2010

considerações acerca do caso Isabella Nardoni

Eu não pretendia escrever nada a respeito, por considerar o assunto muito batido e já superexplorado pela imprensa e blogosfera.  Mas o Marcel escreveu um bom texto a respeito, que reproduzo aqui, com a permissão do autor, que por acaso é advogado criminalista.  Acho que esse tipo de opinião interessa, porque pra quem não fez direito (coisa que está se tornando rara...rsrsrs!!), a principiologia à qual o Marcel se refere pode até fazer sentido, mas não faz parte do "pensamnto automático".  Vamos lá:




O Juri da TV
Boa tarde!

Estava eu navegando na net nesta tarde tranqüila de prazos processuais, e vendo o juri dos Nardoni, como não podia deixar de fazer como brasileiro curioso pego na onda midiática fatal.

Amigos, o seguinte, é claro que por ser advogado acabo vendo a coisa pelo lado da defesa, principalmente por ter militado nos 3 primeiros anos de minha profissão na esfera criminal.
No entanto, uma das grandes sacadas do Estado Democrático de Direito, isto é , de um estado regido pelo princípio da legalidade (onde o estado só faz o que a lei determinar e o particular só deixa de fazer o que a lei proibe), é justamente o Princípio do Contraditório-ampla defesa-devido processo legal.

E esse circo que foi armado em relação ao caso nardoni desbalanceia todo um sistema principiológico formado pelos costumes, pelas correntes filosóficas e principalmente pela dialética. Quer dizer, este circo estabelece a ditadura, não das massas, pois a massa em geral é gado que vai pastar onde a grama está mais verde. E sim estabelece uma ditadura do 4º poder, qual seja, a midiatica. 

Diga-se de passagem a mídia tem todas as prerrogativas de um poder autônomo que rivaliza com o executivo, legislativo e judiciário, mas não tem nenhum regramento especial em contra prestação.

Obviamente o direito a informação também é um dos pressupostos basilares da democracia, mas até onde ele pode ser exercido sem prejudicar o próprio estado de direito vigente???

No caso nardoni, é tão veemente esta falta de regulação que a sentença já era certa antes da composição do conselho de sentença, dos jurados. O quê, por sinal, põe por terra outro princípio da democracia, que é o Princípio da Presunção de Inocência (ou o da "não culpa).

Não que eu não ache os Nardoni culpados, mas é exatamente isto que não importa, a minha opinião quanto a culpabilidade de ambos os teóricos homicidas. 

Inclusive, na época ditatorial, os Promotores de Justiça eram vistos como extensão do braço estatal e os advogados eram melhores quistos. 

Hoje, 25 anos após o fim da ditadura e apenas 20 anos da primeira eleição direta, os advogados são bichos maus e os promotores possuem a verdade suprema. É só ver no site do G1 da globo, desde onde anunciam que o promotor participou de 1.077 julgamentos e teve mais de mil vitórias, enquanto, o advogado fez 15 juris e ganhou 13. Ressalte-se, que julgamentos são diferentes de juris.

Não obstante, um jovem  (inocente ao que tudo indica), disse que o casal Nardoni estava sendo pré-julgado e o que aconteceu??? 
O óbvio, a policia teve de socorrer e conduzir o mesmo para dentro do fórum, pois os manifestantes que clamavam por justiça e paz, partiram pra cima do jovem.

Inclusive, só para constar, a força midiática por simplesmente aparecer na TV, é que existe uma boa porção de juris todos os dias no Brasil. Inclusive no Fórum da Barra Funda em Sampa. tem um bom volume deles e, salvo, raras exceções quase ninguém vai assistir. 

Agora, me pergunto, voltando ao caso do jovem citado retro, a incoerência e o paradoxo são dignos de filósofos, vez que os manifestantes clamam por "justiça" em um crime violento e atacam um jovem que pensa diferente com violência??!

Além de quê, a justiça não é só acusação e condenação certa e sim o julgamento sobre a balança, garantida pelo já citado princípio do contraditório, entre defesa e acusação, entre requerente e requerido (no caso civel).
Mas, parece, que mesmo os Srs. jornalistas, que em tese, deveriam estar acima da média popular, recaem no gosto de que justiça é condenação. Bem, me corrijam se estiver equivocado, mas pra mim, intuitivamente, parece ser mais próximo da vingança.

Abraço a todos!


Marcel


P.S: desculpem pelo texto, mas não posso expressar muito minhas opiniões com os amigos -  "Um vento forte levou os amigos para longe das conversas, dos cafés e dos abrigos" -  copiando a letra do Belchior.

Resposta, alertando a todos que essa conversa toda rolou por e-mail:

Boa noite pessoal,


Hoje, por motivos de força maior (atmosféricos) passei a tarde toda em casa.  Este fato permitiu que eu me atualizasse com as notícias do Brasil e do mundo - pelo menos era o que eu pretendia fazer.  Acabei ficando muito inteirado a respeito do julgamento do caso Nardoni.  Não sei relatar quantos especialistas passaram hoje pelos estúdios da Globonews, mas foram vários.  No momento em que escrevo estas palavras, há um desembargador, um procurador de justiça e um advogado criminalista explicando os procedimentos do tribunal do júri e analisando o caso.  Todos muito bem vestidos, adorndo estar na TV e muito informados sobre o caso.

Não pretendo acrescentar mais nada em relação àquilo que o Marcel explicou tão bem.  Não é o caso do grupo escolhido para ler o texto, mas via de regra, os princípios aos quais o Marcel se referiu são óbvios - no sentido de serem lógicos - mas raramente fazem parte do pensamento da maioria das pessoas.  De fato, na cabeça do homo medius, a justiça se traduz na condenação.

Quero só acrescentar um outro aspecto à discussão: Isabella Nardoni tem se mostrado, desde a sua prematura morte, uma das mais eficazes distrações da história recente do país, no seguinte sentido:

Quando Isabella foi assassinada, em março de 2008, o país vivia uma das piores epidemias de dengue dos últimos anos.  A morte da garota imediatamente colocou a doença em segundo, terceiro, décimo plano.  Difícil afirmar, mas pelo que me lembro, a discussão da dengue não foiu retomada com a mesma intensidade, mesmo porque epidemias de dengue são sazonais.

Coincidência ou não, 2008 também era ano eleitoral e, a mídia não dá ponto sem nó.  Acho que todos nós já paramos pra pensar nos motivos que tornam o caso Nardoni tão especial, especialmente quando sabemos que todos os dias são cometidos crimes iguais ou piores por todo o país.  Eu, particularmente não consigo encontrar qualquer elemento que me interesse mais nesse caso do que em qualquer outro.  Minha "teoria da conspiração" é a de que Isabella caiu como uma luva para desviar a atenção da população em 2008, e isso acontece novamente agora.

Claro que já assistimos a outros casos que tiveram grande repercussão na mídia, mas esse tá demais.  Lembram do caso do menino João Hélio?  Dos caras que queimaram o índio?  Já foram julgados e esquecidos, mas eu não me recordo de programação especial da Globonews, do acompanhamento dos fatos de todos os dias do julgamento...de repente os casos foram julgados e as coisas voltaram ao normal.

Não sei exatamente o que se pretende com a superexposição desse caso, mas estamos chegando perto do dia em que os principais candidatos às eleições presidenciais se desvinculam dos cargos atuais.  Depois disso, só podem começar as campanhas de fato em julho.  Até lá, os candidatos farão de tudo para se manter na mídia, apesar de não poderem participar de novas inaugurações.  Essa semana me parece mais importante para o Serra do que para o Lula, e a exemplo do que aconteceu em 2006 e no final da campanha de 2002, Globo e Folha de São Paulo começam, aos poucos, a amansar com o Governo Federal...sei lá se as coisas tem relação, mas me parece ser ingenuidade pensar que todo esse auê com um julgamento completamente ordinário seja obra do acaso ou da falta de assuntos ou de outros crimes mais interessantes e/ou mais relevantes.

A discussão do caso foi retomada umas duas semanas antes do início do julgamento.  Só pra termos noção das coisas que deixaram de ser discutidas, ou que foram mal discutidas nesse período, resolvi citar aqui uma notícia de capa da Folha de dez dias pra cá:

17/03: Federais não completam vagas via Enem 18/03: Favela "nasce" na região da avenida Paulista 19/03: Discurso pró-Dilma faz TSE multar Lula por propaganda20/03: Serra elogia Lula e admite candidatura à Presidência21/03: Após inaugurações, obras de Lula voltam a ser canteiros
22/03:
Congresso aprova a reforma da saúde e dá a Obama maior vitória
23/03:
Metrô de SP atrasa e ameaça expansão
24/03:
Tesouro se opõe à reativação da Telebrás
25/03:
Conta de US$ 13 mi de filho de Sarney é bloqueada na Suíça
26/03:
Papa barrou julgamento de padre pedófilo
E a gente achando que não tinha nada mais importante pra discutir...

sexta-feira, 26 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

Não surpreende

Era previsível. Assim que foi confirmado que o assassino de Glauco realmente tinha freqüentado a congregação do Santo Daime liderada pelo cartunista, eu fiquei esperando algo assim aparecer. Quando começariam o arremesso de pedras contra "os tóxico"? Quem faria a abordagem mais "classe mérdia", como diria um colega meu?

A Veja, é claro, não decepcionou. Pioneiríssima como sempre na vanguarda da retaguarda, tascou uma capinha tosca de primeira:

Não que não haja ligação entre o Daime e o surto psicótico do rapaz assassino: há muitos casos de pessoas psicologicamente instáveis que partiram ao meio quando expostas a experiências psicodélicas profundas. E, claro, aqui cabe uma discussão enorme -- principalmente dentro do histórico anti-clerical  aqui do Wilbor -- da ironia de certas drogas potentíssimas serem aceitas só sob a égide da religião. (o que corrobora o ponto do Dawkins sobre o quanto as religiões viram um espaço sagrado irracionalmente salvo de críticas). Mas o assunto aqui é o conservadorismo alarmista -- na falta de palavra melhor, a"caretice" da capa.

A reportagem sobre o caso não é muito melhor. Mas as capas da Veja mereciam um estudo à parte. Afora a tosquera e o mal gosto de muitas, elas costumam ser a pura reverberação do insofismável senso comum de seu público cativo. O slogan da Globo cairia bem pra revista: "Veja: a gente se vê aqui". São, portanto, um termômetro social interessante (ainda que longe de infalível) para um dado grupo da sociedade brasileira.

É claro que , não impressiona pra quem já estampou em suas capas que Milton Nascimento estava com Aids e que Cássia Eller tinha morrido de overdose (entre outras ratadas absurdas apoiadas em suposições  preconceituosas)


No fundo, a capa e o artigo prenunciam o seguinte epitáfio para Glauco:
"mexeu com fogo; saiu queimado".

quarta-feira, 17 de março de 2010

Tecnologia

A série que Laerte vem escrevendo para o caderno de Informática da Folha está excelente. Quem não gosta do estilo mais "surreal" e reflexivo que ele tem desenvolvido nos últimos anos não tem do que reclamar aqui: o humor é puro Laerte da velha guarda.

Recomendo veementemente a série inteira.

terça-feira, 16 de março de 2010

Ah, entendi

Claro que em certos círculos acacianos virou praxe falar mal da atual diplomacia brasileira até quando ela acerta -- bem como falar que ela nos envergonha lá fora justamente em momentos em que está sendo elogiada no exterior. Mas o texto de Otávio Frias Filho , diretor de Redação da Folha de São Paulo (filho do velho Frias, o antigo senhor da coisa toda) é um bom termômetro do que acontece quando alguém mexe no vespeiro Israel/Palestina.
A análise que Luis Nassif faz sobre o texto integral está aqui, e vale a pena.


OBS: o termo "acaciano" aqui foi usado gratuitamente; foi na verdade despudoradamente roubado de um outro texto de blog, na mesma linha de análise-de-textos-pomposos-conservadores-que-se-travestem-de-humanitários-e-democráticos: um texto bem escrito (além de debochado paca) sobre o artigo que José Serra publicou a respeito dos 25 anos da democracia brasileira...

segunda-feira, 15 de março de 2010

l'espetacle

Abaixo, um depoimento-animação de Chris Ware sobre crianças e câmeras.



Eu achei um tanto perturbador.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Glauco.

Não quero ser hipócrita aqui, eu não era fã do Glauco.  Mas já fui, e hoje acordei muito triste com a notícia do seu assassinato.

"Geraldão", acreditem quem quiser, representou sim, um estilo de humor agressivo e diferenciado.  Comprei a revista por algum tempo, e lembro, particularmente, de uma edição em que o pai dele voltava pra casa, depois de ter saído por um tempão para "comprar fanta", ou algo assim...e pra comer a mama, lógico!

Por mais boba que pareça tal coisa, lááááá nos anos 80 pouca gente usava a linguagem que Glauco utilizava, aliada com uma proposta gráfica interessante.  Creio que tenha sido isso que chamou a atenção de Ziraldo, Henfil, Laerte e Angeli.

Eu fui deixando de gostar do trabalho dele quando fui percebendo que o Glauco já não tinha idéias novas, para tirinhas...as coisas estavam muito iguais há muito tempo.  Humor tem disso...envelhece.  Ou melhor, humor não envelhece, mas piada sim.  Geraldão, Dona Marta, Netão...cada um desses personagens era uma piada específica, bem trabalhadas pelo Glauco há uns 20 anos.

Angeli, pra não ter o mesmo problema, matou a Rê Bordosa; Laerte abandonou seus personagens, para protesto de muitos fãs que não acompanham a nova proposta...mas vamos pensar assim: o que mais o Laerte poderia continuar fazendo com os gatos?  Ou com os piratas?  Talvez estivesse já uma coisa meio enjoada, ainda que o Laerte seja de uma capacidade fenomenal.

Resumindo: o terceiro amigo fará bastante falta sim.  Vai ser esquisito não vê-lo no seu espaço habitual na folha.  Sinto pela família e pelos amigos próximos, que ficaram consternados com essa situação.  Segundo todo mundo, Glauco era um cara muito legal, acessível e sem muita frescura com as coisas.

E fico querendo saber o que viria a seguir na série "amigos", aí embaixo,  na qual ele começou homenageando o Laerte.

P.S. Com essa história toda, descobri que o Glauco era de Jandaia do Sul, pertinho de Maringá.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Nota pública da AMB, defendendo os 60 dias de férias dos juízes

NOTA PÚBLICA

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), considerando a entrevista publicada pela Folha de S. Paulo, na edição de hoje, com o Exmo. ministro Cezar Peluso, vêm a público externar:

1. Os juízes brasileiros sempre estiveram abertos ao diálogo com o Congresso Nacional e a sociedade civil sobre a estrutura e o funcionamento do Poder Judiciário. Exemplo disso é a ativa participação da magistratura no debate em torno do fim das férias coletivas nos tribunais de apelação (em vigor desde a promulgação da Emenda 45/2004), bem assim da fixação de um período férias para os advogados, ora em discussão no Senado Federal.

2. O regime de férias da magistratura nacional, fixado pela Lei Complementar nº 35, resulta de um sistema conglobado de direitos e deveres, que, a par de prever dois períodos de 30 dias, não reconhece qualquer duração de jornada para os juízes, os quais, habitualmente, extrapolam, e muito, a jornada legal fixada na Constituição Federal e no Estatuto dos Servidores Públicos Federais. Também não há qualquer acréscimo remuneratório em casos de plantões judiciais em fins de semana e feriados. Some-se a isso o fato de os magistrados não poderem exercer nenhuma outra atividade remunerada, a não ser o magistério.

3. Além disso, como bem reconheceu o eminente presidente eleito do Supremo Tribunal Federal, não raro os juízes se utilizam de parte substancial de suas férias para manter atualizadas as suas atividades jurisdicionais, máxime diante do atual quadro de fixação de metas de nivelamento e de produtividade.

4. Por essas razões, as associações representativas da magistratura brasileira, ao tempo em que louvam o saudável debate em torno das questões do Poder Judiciário e de seus membros, entendem – assim como o próprio ministro Cezar Peluso –, que o regime atual de férias está em equilíbrio com o seu estatuto e suas peculiaridades, assim como sucede com outras carreiras de Estado, razão pela qual defendem a manutenção do atual sistema, em virtude das limitações atribuídas por lei aos seus integrantes.

Brasília, 11 de março de 2010 

Mozart Valadares Pires
Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)
Luciano Athayde Chaves
Presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra)
Fernando Mattos
Presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe)



Alguém mais se lembra do livro "A revolução dos bichos", de quando os porcos iam explicar pros outros bichos que precisavam de uma quantidade maior de maças (e das melhores) porque seus trabalhos eram muito desgantantes?

Não questiono que sr juiz seja desgastante, e que (alguns) de fato trabalham muito e usam parte de suas férias e fins de semana para manter em dia suas obrigações - até conheço alguns assim.

Agora...

Me parece que os salários e benefícios (ou privilégios?) que recebem são condizentes ou mais que condizentes com uma profissão tão estressante como a que exercem.

Será que os lixeiros que recolhem os dejetos dos excelentíssimos magistrados não merecem também 60 dias de férias?  Os caras trabalham em horários loucos, muitas vezes de madrugada, pendurados num caminhão fedorento...

E os padeiros?  Professores da rede pública?  Jornaleiros?

É foda quando os fodões da sociedade se manifestam dessa forma para defender regalias.



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segunda-feira, 8 de março de 2010

Carácaish!!


Minha primeira enchente no Rio.
De carona com um amigo, quatro pessoas no carro recém comprado, passamos três horas no trânsito para não assistir uma peça na Gávea.

Tivemos que escolher entre seguir a rua Jardim Botânico (completamente parada) ou tentar descer pra uma paralela... descemos e demos com os burros n'água tão literalmente quanto o possível. Antes de passar uma hora e meia completamente parados a uns 700 metros do teatro, tivemos que atravessar umas correntezas de meter medo, com a água ultrapassando a altura dos pneus.

Mas, pelo que vi no ótimo vídeo abaixo, lá na Rua Jardim Botânico não estava melhor...


O curioso nesse divertido vídeo é que, uma semana antes, eu fui pela primeira vez no bar que aparece completamente alagado. Fui na hora certa. (a Cléo Pires estava lá, mas isso é outra história)

Enfim: agora eu sei melhor como um paulistano se sente.

Com um pequeno detalhe: foram só 2 horas e meia de chuva pra colocar o Rio de pernas pro ar.


Glauco???

Depois de 13 anos, Glauco teve uma idéia diferente:

 
Isso foi ontem.  Hoje, já voltou ao normal, com Dona Marta.  Enquanto isso...

 

Adão vai fazendo por merecer sua vaguinha na ABL, ao dar novo sentido ao termo "suborno".



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quinta-feira, 4 de março de 2010

Degolai, degolai!




La Marseillaise

Allons enfants de la Patrie, Avante, filhos da Pátria,
Le jour de gloire est arrivé ! O dia da Glória chegou!
Contre nous de la tyrannie, Contra nós, da tirania
L'étendard sanglant est levé, (bis) O estandarte ensanguentado se ergueu,(repete)
Entendez-vous dans les campagnes Ouvis nos campos
Mugir ces féroces soldats ? Rugirem esses ferozes soldados?
Ils viennent jusque dans nos bras Vêm eles até aos nossos braços
Égorger nos fils, nos compagnes ! Degolar nossos filhos, nossas mulheres.

Aux armes, citoyens, Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons, Formai vossos batalhões,
Marchons, marchons ! Marchemos, marchemos!
Qu'un sang impur Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons ! Agüe o nosso arado!

Que veut cette horde d'esclaves, O que quer essa horda de escravos,
De traîtres, de rois conjurés ? De traidores, de reis conjurados?
Pour qui ces ignobles entraves, Para quem (são) esses ignóbeis entraves,
Ces fers dès longtemps préparés ? (bis) Esses grilhões há muito tempo preparados? (repete)
Français, pour nous, ah ! quel outrage Franceses! A vós, ah! que ultraje
Quels transports il doit exciter ! Que comoção deve suscitar!
C'est nous qu'on ose méditer É a nós que consideram
De rendre à l'antique esclavage ! retornar à antiga escravidão!

Aux armes, citoyens... Às armas, cidadãos...

Quoi ! des cohortes étrangères O quê! Tais multidões estrangeiras
Feraient la loi dans nos foyers ! Fariam a lei em nossos lares!
Quoi ! ces phalanges mercenaires O quê! Essas falanges mercenárias
Terrasseraient nos fiers guerriers ! (bis) Arrasariam os nossos nobres guerreiros! (repete)
Grand Dieu ! par des mains enchaînées Grande Deus! Por mãos acorrentadas
Nos fronts sous le joug se ploieraient Nossas frontes sob o jugo se curvariam
De vils despotes deviendraient E déspotas vis tornar-se-iam
Les maîtres de nos destinées ! Os mestres dos nossos destinos!

Aux armes, citoyens... Às armas, cidadãos...

Tremblez, tyrans et vous perfides Tremei, tiranos! e vós pérfidos,
L'opprobre de tous les partis, O opróbrio de todos os partidos,
Tremblez ! vos projets parricides Tremei! vossos projetos parricidas
Vont enfin recevoir leurs prix ! (bis) Vão enfim receber seu preço! (repete)
Tout est soldat pour vous combattre, Somos todos soldados para vos combater.
S'ils tombent, nos jeunes héros, Se tombam os nossos jovens heróis,
La terre en produit de nouveaux, A terra de novo os produz
Contre vous tout prêts à se battre ! Contra vós, todos prontos a vos vencer!

Aux armes, citoyens... Às armas, cidadãos...

Français, en guerriers magnanimes, Franceses, guerreiros magnânicos,
Portez ou retenez vos coups ! Levai ou retende os vossos tiros!
Épargnez ces tristes victimes, Poupai essas tristes vítimas
À regret s'armant contre nous. (bis) A contragosto armando-se contra nós. (repete)
Mais ces despotes sanguinaires, Mas esses déspotas sanguinários,
Mais ces complices de Bouillé, Mas os cúmplices de Bouillé,
Tous ces tigres qui, sans pitié, Todos os tigres que, sem piedade,
Déchirent le sein de leur mère ! Rasgam o seio de suas mães!

Aux armes, citoyens... Às armas, cidadãos...

Amour sacré de la Patrie, Amor Sagrado pela Pátria
Conduis, soutiens nos bras vengeurs Conduz, sustém-nos os braços vingativos.
Liberté, Liberté chérie, Liberdade, liberdade querida,
Combats avec tes défenseurs ! (bis) Combate com os teus defensores! (repete)
Sous nos drapeaux que la victoire Sob as nossas bandeiras, que a vitória
Accoure à tes mâles accents, Chegue logo às tuas vozes viris!
Que tes ennemis expirants Que teus inimigos agonizantes
Voient ton triomphe et notre gloire ! Vejam teu triunfo, e nós a nossa glória.

Aux armes, citoyens... Às armas, cidadãos...

(Couplet des enfants) (Verso das criancas)
Nous entrerons dans la carrière, Entraremos na carreira(militar),
Quand nos aînés n'y seront plus, Quando nossos anciãos não mais lá estiverem.
Nous y trouverons leur poussière Lá encontraremos as suas cinzas
Et la trace de leurs vertus (bis) E o resquício das suas virtudes (repete)
Bien moins jaloux de leur survivre Bem menos desejosos de lhes sobreviver
Que de partager leur cercueil, Que de partilhar o seu esquife,
Nous aurons le sublime orgueil Teremos o sublime orgulho
De les venger ou de les suivre De os vingar ou os seguir.

Aux armes, citoyens... Às armas, cidadãos...


Ok. Taí um hino brabo mesmo! Mas é muito bonito.



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quarta-feira, 3 de março de 2010

"Deus does not exist"


Mesmo sem ter escutado alguma música, muita gente já ouviu falar ou faz idéia de quem seja a cantora e compositora Björk. Muito menos gente já ouviu falar dos Sugarcubes -- a banda da qual ela fazia parte no fim dos anos 80.


Não é uma música nem um clipe que eu goste particularmente; fora a diversão de ver a Björk novinha, coloco aqui por causa do monte de comentários surgidos no youtube em torno dele, ao longo dos 3 anos que esteve disponível: quase 300!

Não foi surpresa nenhuma ver que esse número se devia não a uma discussão sobre o clipe em si (o qual não tem nada de mais mesmo), mas principalmente ao fato da letra da música ter a frase que é título do post. Ao que parece, a coisa começou engraçada, com pessoas perguntando sobre o que ou quem era esse "Deus" (e realmente, porque diabos os Sugarcubes escolheram falar logo "Deus" ao invés de "god" é algo curioso); assim que várias pessoas se deram conta do que significava, a coisa já desbancou para aquele tipo de discussão chatinha e interminável -- e, diga-se de passagem, parecidíssima com todas as que surgem: gente suscetível que se ofende com a simples idéia de alguém poder duvidar que exista um "Deus", seguida por non-belivers impacientes ou provocadores que fazem questão de mostrar aos primeiros quão burros eles são, e outros provocadores espertalhões que retrucam que estes segundos é que são estúpidos... e tudo com direito aos chavões de sempre, do tipo "Einstein belived in God". Arre!

(Bom que só no comentário 295, o último feito até o momento, alguém comenta: "deus is god in portuguese and galician")

O irônico da coisa toda é que a música -- como quase tudo da Björk -- está mais para uma brincadeira estranha do que um statement sobre qualquer coisa.

Mas talvez essa naturalidade da brincadeira seja justamente a parte ofensiva.



Anyway: ainda farei aqui um dia uma seleção dos meus clipes bizarros preferidos da minha islandesa favorita.

Kinder Serra com Surpresa!

Muito engraçado o título da reportagem da Folha a respeito de um pacote, lançado por Sérrebro, que inclui reajustes para servidores públicos:

Serra lança pacote de bondades para servidor

"Semanticamente" é meio assim: "Caramba, bondades vindo de Serra?"

Se eu fosse o servidor não pegava não.  Tem jeitão de maçã envenenada.





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terça-feira, 2 de março de 2010

Maringá, Maringá

Bom, esse é um post de despedida. Hoje, 02 de março de 2010, cheguei em São Paulo de forma definitiva. Minha família se mudou para Maringá no dia 22 de março de 1984. Isso dá quase 26 anos (descontando 1 ano morando nos EUA, quase 25 anos). Eu tinha pouco mais de 5 anos de idade, alguns amiguinhos de escola em São Paulo e um tio em Maringá. Acreditava que o ginásio do Chico Neto era um disco voador, convencido por um primo que até me levou à sala de comando - na verdade, as cabines de transmissão de rádio e TV.

Nossa mudança para Maringá foi positiva em muitos aspectos. Em São Paulo minha mãe trabalhava como pesquisadora na USP, cargo não estável e não tão bem pago. Em São Paulo, educação privada era coisa muito cara pro nosso orçamento, bem como todas as outras atividades estracurriculares, como karatê, natação, desenho, inglês, música...no Paraná tivemos opotunidade de conseguir tudo isso e mais um pouco.

Além disso, em Maringá estão ou estiveram praticamente todos os meus grandes amigos, que não foram poucos. Em Maringá fiz Engenharia, Direito e Geografia, em Maringá tomei minha primeira cerveja, e em Maringá beijei uma maringaense pela primeira vez. Em Maringá me tornei católico, e depois ateu.

Acho a cidade muito bonita, relativamente limpinha e com muito verde, o que é bom. Também tenho um orgulho bastante grande da Universidade daqui, acredito que vá se tornar, de fato, uma das grandes instituições de ensino superior do país. Acho que Maringá sem a UEM seria um lugar muito pior pra se viver, pouco diferenciada das outras cidades de médio porte que sobrevivem exclusivamente da agricultura.

Eu acho que a minha ida para São Paulo é bom presságio para a cidade. na minha vida, toda vez que eu saí de um lugar definitivamente os caras fazem mil e uma melhorias:

- Quando saí do Marista fizeram um puta Teatro e um Ginásio High-tech;

- Quando saí da Engenharia, os caras ganharam um bloco novo, com auditório e elevador;

- Agora que eu saí da Geografia, irão construir um novo bloco, que irá comportar os novos computadores que estão empilhados por falta de espaço.

Só do que eu sei, a cidade ganha esse ano um novo shopping, desses com muitos cinemas. Tá bom pra começar. Mas eu sinto que algo maior vem por aí, talvez construam um metrô mesmo, sei lá.

Por fim, gostaria de agradecer a todos os amigos que tornaram a minha vida aqui tão melhor...não cito por nome pra não deixar ninguém de fora. Muito obrigado!


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segunda-feira, 1 de março de 2010

Plágio!

Foi só eu falar aqui que Avatar tinha "índios e animais com cabo USB" e a revista MAD deste mês se aproveitou!



(Brincadeira à parte, achei que associar Avatar com carnaval -- incluindo a Naa'vi em posição de Mulata Globeleza -- é uma piada muito apropriada)


Sociedade das sombras

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