quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

FESTA DE ARROMBA



Segundo ano da faculdade.

Churrasco noturno no departamento de arquitetura. A ilusão prematura e não-verbalizada de que, agora sendo veterano, tem-se alguma chance a mais de catar calouras.
Um amigo meu (um dos que moravam comigo) está de olho em uma moça coxuda.
 
Está bem escuro, mesmo do lado da churrasqueira, e ele está bem bêbado.

A moça acabou de pegar um espetinho.

À medida que ele se aproxima, pode-se ouvir o tema de Tubarão, sutil e subliminarmente, por trás do Prodigy (ou Pato Fu) que tocava no momento.

Ele pára. Pergunta se ela daria um pedaço do espetinho pra ele (a cantada definitiva!!).
Ela afirma negativamente.

Repentina e assustadoramente ele avança sobre ela, emitindo, heróico, o brado retumbante:




           EU QUERO A SUA CARNE!



   


Realmente, tempo bom que não volta mais.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

SEX AND THE CITY


São Paulo-grande-taba, 17:30. Praça da . Telefone público.

Cada orelhão, uma aula de sedução.

"Oral molhadinho. Apertadinha."

"Rola tudo. O que sua mulher não faz."

"Anal com dotado."

"Anal giratórtio."

"Sem camisinha até o fim."


                       

Íntimo/privado sobre público.
Mercado de carne por anúncio informal.


Não dá pra rimar. Nem se chamando Raimundo.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2006

A MARVADA PINGA



                           
Já ouvi uma e outra vez que a bebida faz as pessoas falarem o que realmente pensam.
Mais ou menos. Na verdade, a bebida faz a gente falar 
o que dá na telha. Eventualmente, isso coincide com o que realmente se pensa.
E mesmo em caso de escolhas e falas extremamente sinceras, aquilo que você vê em estado ébrio não é o que veria sóbrio. E isso também leva a respostas que dificilmente seriam 
o que realmente se quer mas se reprime na vida sóbria.

Estava sóbrio em minha casa (uma das muitas que já morei) com alguns amigos bem bêbados (que também moravam nessa casa). Na verdade, estávamos todos na laje, de frente pra rua, olhando todo mundo de cima e ocasionalmente mexendo com um(a) ou outro(a) transeunte. Cena memorável.
Em um momento meio gozação com fundo de verdade e meio verdade com fundo de gozação, o mais alto deles sussurrou para uma grande amiga dele (e minha) que queria comê-la. Assim, com essas palavras. Sem sal nem cozimento.
Como eu estava ao lado dela naquele momento exato, e era o único homem sóbrio no local (assim como ela era a única mulher — 
at all — no meio de vários marmanjos bêbados) ela se vira e me pergunta se eu estava vendo o que ela tinha que agüentar.

Ê tempo bom que não volta mais.











(Ah, é. Esta aqui é uma foto proveniente da ocasião... mas ou menos o ângulo que um hipotético transeunte na rua veria as ocorrências narradas)

 (Tempo bão mesmo.)