Este conjunto de 3 posts é para pessoas realmente interessadas em quadrinhos -- ou seja, que se interessam não só pela sua leitura, mas por como são feitos.
Em uma fuçada simples pelo google atrás de tiras do Angeli, um dos "efeitos colaterais" (ou seja, aqueles "resultados" que não te ajudam em nada) que encontrei foi um blog que tinha um vídeo de uma HQ sendo desenhada. Mais precisamente, uma webcomic, história em quadrinho formatada para a publicação e leitura na internet. Eu nunca tinha ouvido falar da HQ -- Octopus Pie é o nome -- mas achei o desenho bem interessante, bem como sua temática. O vídeo, apesar de longo, era superlegal. Fui no cêtubo e achei mais vídeos.
Assim, uso os dois posts abaixo para fazer uma interessante comparação: o primeiro vídeo longo mostra a confecção de uma página de HQ da maneira "amalógica": mão, lápis, tinta, etc. O segundo mostra uma página sendo confeccionada inteiramente por meios digitais, do esboço inicial até o resultado final.
Achei os vídeos todos muito interessantes porque eu, apesar de minhas parquíssimas experiências com HQ, já produzi com ambos os métodos -- e também com situações intermediárias, envolvendo esboço "analógico" e finalização "digital".
sexta-feira, 27 de março de 2009
quarta-feira, 25 de março de 2009
Ironia e esperança
Postado por
Gabriel G;
Aqui excertos do texto de um jornalista americano publicado na Piauí de fevereiro. O autor fala de maneira geral de sua preocupação não com o governo Obama, mas com o tipo de reação a ele que os americanos viriam demonstrando...
Os grifos lá no meio do texto são meus.
OBAMA NO PAÍS DA IRONIA PERDIDA
Joan Didion
Durante as eleições primárias para a escolha dos candidatos à presidência, alguns de nós americanos começamos a sentir um desconforto quase clandestino com o rumo que as coisas estavam tomando. O desconforto era difícil de ser expresso porque parecia desmentir tudo o que sempre proclamamos ser oficialmente o nosso desejo.
Afinal, estava se concretizando precisamente o que almejáramos para os Estados Unidos.
(...)
No entanto, alguma coisa incomodava.
E o que incomodava nada tinha a ver com o candidato em si.
Tinha a ver, na verdade, com a reação que ele provocava.
(...)
O caderno Estilo, do New York Times, no domingo seguinte à eleição, informava que a camiseta da campanha de Barack Obama "faz a ironia parecer algo ultrapassado".
A ironia estava fora de moda.
A ingenuidade, traduzida como "esperança", era a nova tendência dominante.
A inocência, mesmo quando aparentava ser ignorância, adquiria um novo valor.
E a adesão a uma causa já podia se expressar por meio do consumismo. Perdi a conta do número de fotos que recebi por e-mail mostrando bebês com roupas e adereços de apoio a Obama.
Também perdi a conta do número de vezes que ouvi as palavras "transformação" e "inspiração". Ou de quantas vezes ouvi os anos 60 serem evocados por quem mal sabia que o motor da revolução social daquela época não veio de bebês vestindo camisetas charmosas, mas da resistência à guerra. As nossas guerras de hoje, travadas sem a pressão do serviço militar obrigatório, ainda não conheceram uma resistência de verdade. Começou a ficar cada vez mais claro que caminhávamos para um novo contato imediato com o idealismo militante - ou seja, a conveniente, mas perigosa, redefinição de questões políticas ou pragmáticas como sendo questões morais. Digo "conveniente" porque esse tipo de redefinição torna as questões mais fáceis de serem equacionadas, e a qualifico de "perigosa" porque a nação não deveria se dar ao luxo de se contentar com respostas fáceis.
(...)
Um surto de pensamento mágico tomou conta do país. Ouvi em um canal de televisão a constatação empolgada de que os Estados Unidos, agora, estavam sendo festejados por todas as nações. "Todos querem estar do nosso lado", congratulou-se outro comentarista. Imaginar que todos os habitantes do planeta possam querer estar do nosso lado não me parece tão diferente de ter imaginado, no início da guerra contra o Iraque, que pudéssemos ser recebidos com flores quando invadíssemos Bagdá. Já que os Estados Unidos escolheram se transformar numa nação desprovida de ironia, esta talvez não seja a maneira preferível de encarar as coisas.
Texto completo: http://www.revistapiaui.com.br/edicao_29/artigo_892/Obama_no_pais_da_ironia_perdida.aspx
Os grifos lá no meio do texto são meus.
OBAMA NO PAÍS DA IRONIA PERDIDA
Joan Didion
Durante as eleições primárias para a escolha dos candidatos à presidência, alguns de nós americanos começamos a sentir um desconforto quase clandestino com o rumo que as coisas estavam tomando. O desconforto era difícil de ser expresso porque parecia desmentir tudo o que sempre proclamamos ser oficialmente o nosso desejo.
Afinal, estava se concretizando precisamente o que almejáramos para os Estados Unidos.
(...)
No entanto, alguma coisa incomodava.
E o que incomodava nada tinha a ver com o candidato em si.
Tinha a ver, na verdade, com a reação que ele provocava.
(...)
O caderno Estilo, do New York Times, no domingo seguinte à eleição, informava que a camiseta da campanha de Barack Obama "faz a ironia parecer algo ultrapassado".
A ironia estava fora de moda.
A ingenuidade, traduzida como "esperança", era a nova tendência dominante.
A inocência, mesmo quando aparentava ser ignorância, adquiria um novo valor.
E a adesão a uma causa já podia se expressar por meio do consumismo. Perdi a conta do número de fotos que recebi por e-mail mostrando bebês com roupas e adereços de apoio a Obama.
Também perdi a conta do número de vezes que ouvi as palavras "transformação" e "inspiração". Ou de quantas vezes ouvi os anos 60 serem evocados por quem mal sabia que o motor da revolução social daquela época não veio de bebês vestindo camisetas charmosas, mas da resistência à guerra. As nossas guerras de hoje, travadas sem a pressão do serviço militar obrigatório, ainda não conheceram uma resistência de verdade. Começou a ficar cada vez mais claro que caminhávamos para um novo contato imediato com o idealismo militante - ou seja, a conveniente, mas perigosa, redefinição de questões políticas ou pragmáticas como sendo questões morais. Digo "conveniente" porque esse tipo de redefinição torna as questões mais fáceis de serem equacionadas, e a qualifico de "perigosa" porque a nação não deveria se dar ao luxo de se contentar com respostas fáceis.
(...)
Um surto de pensamento mágico tomou conta do país. Ouvi em um canal de televisão a constatação empolgada de que os Estados Unidos, agora, estavam sendo festejados por todas as nações. "Todos querem estar do nosso lado", congratulou-se outro comentarista. Imaginar que todos os habitantes do planeta possam querer estar do nosso lado não me parece tão diferente de ter imaginado, no início da guerra contra o Iraque, que pudéssemos ser recebidos com flores quando invadíssemos Bagdá. Já que os Estados Unidos escolheram se transformar numa nação desprovida de ironia, esta talvez não seja a maneira preferível de encarar as coisas.
Texto completo: http://www.revistapiaui.com.br/edicao_29/artigo_892/Obama_no_pais_da_ironia_perdida.aspx
domingo, 22 de março de 2009
quarta-feira, 18 de março de 2009
Experimento
Postado por
Gabriel G;
terça-feira, 10 de março de 2009
O caso da menininha estuprada e a estupidez católica
Postado por
Marcílio, o gêmeo malvado
Eu sei que de vez em quando a gente pega pesado com a religião aqui no blog. E por saber que é diferente discutir Deus e religião, é que evito escrever sobre Deus. Tenho dois motivos para isso:
Deus não existe.
Religião(ões) existe(m).
Bom, sobre o primeiro motivo, é o seguinte: a discussão sobre a existência ou não de Deus é desgastante e impossível. Provar a não-existência de Deus é tão impossível quanto provar a não-existência do chupa-cabras. E tentar provar a sua existência também é impossível. O problema, é que o fato de ser impossível que qualquer um dos lados vença a discussão não implica que a probabilidade da existência de Deus seja de 50%. De fato é bem menor que 50%. É zero. Isso não existe. Essa percepção, ao menos no meu caso pessoal, decorre da educação, da leitura, da cultura e da percepção de paradoxos intransponíveis na hipótese de um universo no qual essa criatura exista. Mas como essa discussão está acabada para mim, não vou me alongar nela. O motivo deste texto é outro: religião.
Nesta semana, o país ficou chocado com as declarações do arcebispo de Olinda e Recife, d. José Cardoso Sobrinho. Pra quem não sabe (bem-vindo a 2009), o cara excomungou uma equipe médica e a mãe de uma menina que foi estuprada pelo padastro dos 6 aos 9 anos de idade, quando acabou engravidando de gêmeos, gravidez esta considerada de alto risco dada a tenra idade da menina, e das consequências psicológicas do trauma de ter uma criança concebida por um ato de violência e covardia. O estuprador não foi excomungado, pois aos olhos da igreja católica, o “assassinato de duas pessoas inocentes” é mais grave que o estupro.
Quando li estes fatos (não sabia da não-excomunhão do padrasto), confesso que não dei muita bola. Abortos acontecem todos os dias – embora a maioria em condições muito precárias, infelizmente; e casos de estupro e atentado violento ao pudor associados à pedofilia também são uma triste realidade no nosso país (e em outros). Eu sei há muito tempo que quem compactua com aborto é excomungado, já fui inclusive avisado disso pessoalmente por um membro do clero. Sou um excomungado muito orgulhoso. Orgulhoso de não comungar com essa instituição medieval, perversa, racista, machista e corrupta. Sabendo de tudo isso, não dei muita bola quando soube da excomunhão dos médicos.
Agora...
Ao saber que o bispo declarou que o padastro não estava excomungado porque o estupro é menos grave que o aborto...caralho, o que é isso? Esse tipo de coisa nos mostra uma igreja tão, mas tão suja que é difícil entender como essa merda possa existir em pleno século XXI.
Pra deixar bem claro: excomunhão não importa, pelo motivo que já expus – nada disso existe. De qualquer forma, para algumas pessoas é importante, ainda que para os envolvidos seja melhor desejar a excomunhão mesmo. O problema é o sistema de valores empregados pelo bispo para “sentenciar” a excomunhão. A tempo: o arcebispo deixou muito claro que não é ele que excomunga...o indivíduo que compactua com o “assassinato” está automaticamente excomungada. Exatamente a mesma coisa que me foi dita há muitos anos atrás, quando relatei um caso semelhante que ocorreu aqui em Maringá com o d. Jaime Luiz Coelho.
Então, se o arcebispo não excomunga, se a excomunhão acontece automaticamente, pra que diabos ele precisa anunciar na mídia nacional a excomunhão de todos os envolvidos? Porque a necessidade desse bicho de tornar a situação em uma vexatória? É a santa inquisição...e há quem goste disso.
Que fique claro que o arcebispo tem o apoio da CNBB e do próprio Vaticano (obviamente).
Clicando neste link, vocês podem ler a carta de apoio do padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, presidente da pró-vida de Anápolis. Nada de especial nesse cara, só o fato de que foi a primeira defesa que eu achei online. Um trechinho para o deleite dos nossos estimados leitores:
“Em meu trabalho pró-vida, várias vezes deparei-me com casos de adolescentes ou crianças vítimas de estupro. Enquanto as feministas ofereciam aborto, nós, cristãos, oferecíamos acolhida, hospedagem, assistência espiritual e acompanhamento durante a gestação, parto e puerpério.”
“As crianças geradas em um estupro costumam ser alvo de um carinho especial de suas mães. Longe de perpetuar a lembrança da violência sofrida (como dizem alguns penalistas), o bebê serve de um doce remédio para o trauma do estupro.”
“Suponhamos que, de fato, o aborto pudesse "curar" alguém. Façamos de conta que, em alguma hipótese, o aborto seja "terapêutico". Estaríamos diante de um caso semelhante ao de uma mulher que, oprimida pela fome durante o cerco de Jerusalém (ano 70 d.C), matou e devorou o próprio filho recém-nascido.”
1 - Sim, a igreja sempre acolhe crianças concebidas de estupro e suas mães-meninas.
2 - Sim, bebês são doces remédios para o trauma do estupro, praticamente uma garantia de futura boa saúde mental.
3 - Minha nossa senhora!!!!!!
Agora, mudando um pouco de assunto (mas só um pouco), tem outra questão: ontem, o jornal do Vaticano “L'Osservatore Romano” publicou em suas páginas que “a máquina de lavar fez mais pelas mulheres que a pílula”.
Bem...o que isso quer dizer?
Primeiro, que lugar de mulher é na cozinha, na área de serviço...não votando, trabalhando e pensando (ou ainda celebrando missas). E pra não me acusarem de tirar a frase de seu contexto original, explico: segundo o artigo, enquanto a máquina bate a roupa, as mulheres tem tempo para conversar com as amigas e tomar um cappuccino. Pra quem quiser ler, tá aqui.
Quer dizer ainda que as mulheres devem engravidar sempre que seus maridos tiverem vontade de fazer sexo. Ou seja: mulher serve pra cozinhar, lavar, passar, parir, criar os filhos e se tiverem tempo, conversar com as amigas – e hoje graças ao desenvolvimento tecnológico elas têm, graças às máquinas de lavar, fornos de microondas e empregadas domésticas - e depende ainda de saber se as amigas também dispôem dessas coisas todas.
Sem muito mais a falar do assunto, coloco algumas questões:
1 - Será que a igreja acha uma boa idéia que estupradores usem camisinha ao violentar menininhas?
2 - Será que a igreja pensa que um mundo muito mais populoso será melhor?
3 - Será vontade de Deus a gravidez de uma menina de 9 anos que é estuprada há 3 engravide e seja obrigada a abrir mão da infância e futuro?
4 - Que Deus é esse? Porque tamanha adoração a uma criatura tão malvada?
Essa história toda me fez lembrar o Paulo Maluf ao declarar o seu famoso “estupra mas não mata”. Pra quem não lembra ou não conhece esta história, taí um vídeo.
Pro bispo seria: “Estupra, mas sem camisinha...e vê se não mata”
Este post é um tanto virulento, admito. Mas não devo desculpas a ninguém, especialmente aos pouquíssimos apoiadores de verdade dessa instituição que é uma das maiores assassinas da humanidade. A igreja católica, se afasta cada vez mais da sociedade, por não ser hábil o suficiente para se inserir num mundo onde a tendência e o desejo geral é a paz e a tolerância. E na qual o paradigma, ainda que nem todos admitam, é o conhecimento filosófico-científico. Toda vez que a igreja exprime opiniões contrárias à lógica científica, acaba enfiando as patas traseiras pelas dianteiras.
E tudo isso, me leva a crer que tem razão mesmo é o Dawkins. A idéia de “Deus” não passa de uma muleta psicológica da qual já temos ccondições de nos livrar, trata-se de um resquício cultural de uma época dominada pelo obscurantismo e pela falta de divulgação do conhecimento científico (ou do próprio conhecimento).
Religião pode ser boa para algumas pessoas? Sim. Mas em sua essência representa a vontade política de dominação cultural e a necessidade de sobreviver de uns homenzinhos indecentes, decadentes e retrógrados.
Não quero isso para os meus filhos, não quero isso para a minha sobrinha, não quero isso para ninguém. Religião nenhuma tem autoridade moral para ditar a moral. Obviamente, com a situação posta e, entendendo o “espírito do tempo”, é perfeitamente compreensível que a geração atual ainda esteja muito impregnada dos dogmas religiosos, mas por sorte, o progresso sócio-econômico, universalização do ensino e da ciência provavelmente tratarão de, lentamente, levar a humanidade para uma nova época, mais racional e certamente mais humana.
Não precisamos de uma instituição que declare que mulheres são inferiores, que homossexualismo é uma doença (apesar de ser bastante leniente com os casos de pedofilia entre seus sacerdotes) e que meninas de 9 anos devam se sujeitar a uma gestação iniciada num estupro ou que queira dizer, baseada em merda nenhuma onde começa, onde termina a vida e o que devemos fazer dela.
Tá certo, existem religiões ainda piores...mas não justificam a escolha óbvia por uma outra que seja horrível nesse grau. A melhor opção, certamente, é o ateísmo. Pelo menos pra quem deseja paz de espírito e consciência tranquila.
segunda-feira, 9 de março de 2009
A crise mundial em second life
Postado por
Marcílio, o gêmeo malvado
Tava pensando ontem sobre a crise mundial e como isso afetou o consumo dos bens e serviços supérfluos no mundo todo.
Há alguns anos, surgiu na rede o "Second Life", espaço virtual onde você constrói um avatar (personagem) e vive, consegue trabalho e, pagando uma taxa por mês, tem direito a receber um salário. Há algum tempo atrás, li a respeito da primeira milionária de Second Life (se quiser, leia aqui), uma chinesa que ganhou muita grana mesmo vendendo terrenos virtuais, construindo negócios e empregando gente...enfim, tudo no SL.
Fico imaginando quais terão sido os reflexos da crise mundial em SL...certamente as pessoas têm gastado menos dinheiro, e como consequência disso, muita gente deve estar lá sem receber salários, o que deve ter aumentado a procura por empregos e forçado uma redução, nos salários pagos por pessoas que tem negócios lá dentro. Mas também tem efeito sobre os ganhos dos empresários de SL, vez que certamente se consome menos bobagens lá dentro...
É só uma especulação, eu só entrei lá duas vezes, bem no comecinho, quando tinha ainda muito espaço sem dono e poucas opções de cenários...meu computador não aguenta muito bem o SL e eu não tenho muito saco. Mas a situação é curiosa.
Há alguns anos, surgiu na rede o "Second Life", espaço virtual onde você constrói um avatar (personagem) e vive, consegue trabalho e, pagando uma taxa por mês, tem direito a receber um salário. Há algum tempo atrás, li a respeito da primeira milionária de Second Life (se quiser, leia aqui), uma chinesa que ganhou muita grana mesmo vendendo terrenos virtuais, construindo negócios e empregando gente...enfim, tudo no SL.
Fico imaginando quais terão sido os reflexos da crise mundial em SL...certamente as pessoas têm gastado menos dinheiro, e como consequência disso, muita gente deve estar lá sem receber salários, o que deve ter aumentado a procura por empregos e forçado uma redução, nos salários pagos por pessoas que tem negócios lá dentro. Mas também tem efeito sobre os ganhos dos empresários de SL, vez que certamente se consome menos bobagens lá dentro...
É só uma especulação, eu só entrei lá duas vezes, bem no comecinho, quando tinha ainda muito espaço sem dono e poucas opções de cenários...meu computador não aguenta muito bem o SL e eu não tenho muito saco. Mas a situação é curiosa.
Projeto Wikipédica
Postado por
Marcílio, o gêmeo malvado
Porque eu nunca ouvi falar em Seropédica...mas ao ler sobre a cidade no link que você disponibilizou no último post fiquei interessado em saber mais sobre esta pitoresca cidadezinha, antes produtora da melhor seda do mundo, hoje com sérios problemas ambientais devido à intensa extração de areia para construção civil - que aliás ESGOTOU os veios de areia da região!!!
Por isso, proponho que os posts a respeito de Seropédica sejam acompanhados do seguinte selo:
E pra começar (embora essa informação ainda conste do que pude ver na Wikipedia, Seropédica abriga a indústria alimentícia Panko, fabricante das "arrependidas bisnaguinhas originais Panco" (quem não leu esse vale a pena...)
Por isso, proponho que os posts a respeito de Seropédica sejam acompanhados do seguinte selo:
E pra começar (embora essa informação ainda conste do que pude ver na Wikipedia, Seropédica abriga a indústria alimentícia Panko, fabricante das "arrependidas bisnaguinhas originais Panco" (quem não leu esse vale a pena...)
sexta-feira, 6 de março de 2009
Investimento, risco e resultado
Postado por
Gabriel G;
Foi dureza.
Nos últimos quatro dias, de segunda a quinta, estive prestando concurso para professor de Expressão Gráfica e Análise de Arquitetura do Curso de Arquitetura da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em... Seropédica (o nome é esse mesmo).
Este foi o terceiro concurso para professor no qual participei. De longe, este era o que mais se adequava ao meu perfil e para o qual eu estava mais preparado — os outros dois foram para Design, na UEM e na FAU, e eu nem tinha terminado meu mestrado ainda. Mas este também foi o concurso que mais pesou sobre mim: tendo escolhido largar um ótimo emprego de professor público na UEM, meu futuro profissional na nova cidade é o que estava em jogo. Se por um lado me sentia mais seguro pelo meu perfil e experiência docente, por outro tanto maior era a obrigação de ter sucesso.
Foi uma correria atrás da outra. Fiquei sabendo do concurso no dia 18/12, avisado por uma amiga (valeu, Malu!). A inscrição se encerrava no dia 02 de janeiro. Meu final de ano estava completamente agendado — semana de natal ocupada com parentes e o casamento de um amigo, ano-novo como anfitrião. Quem esteve comigo no ano novo sabe o drama que foi a inscrição: tive que deixar de dar a devida atenção a meus amigos e parentes hóspedes para poder terminar a papelada de inscrição para o concurso, que incluía um Plano de Pesquisa.
O concurso foi marcado pra depois do carnaval. Resultado: passei o carnaval estudando. Além disso, a preparação incluiu um monte de livros trazidos da UEM, a compra de mais alguns (bem carinhos) e uma tarde na Biblioteca Nacional para pesquisar um único livro não encontrado em lugar algum. (tarde que se mostrou depois providencial!)
Nos dias do concurso: tensão, cansaço, o estranhamento do lugar, a precariedade da pousada em que fiquei, o calor horroroso, a má impressão inicial com Seropédica, um rápido ataque de pânico, uma noite virada e duas muito mal dormidas. E muito dinheiro gasto com táxi e hospedagem.
Afora isso, havia o medo da concorrência. Entre meus 16 concorrentes, haviam dois doutores, cinco doutorandos e três professores temporários que já davam aula no lugar. Ao final do concurso, a pontuação do meu currículo era realmente a menor dentre as 8 pessoas que chegaram na reta final.
Houve coisas boas: o clima de camaradagem entre os concorrentes ajudou muito, e os assuntos sorteados para provas escritas e didáticas foram muito bons mesmo para mim. Logo na primeira prova, o coordenador do curso avisou que as 2 vagas iniciais agora seriam 3, e mais à frente poderiam incluir até mais uma. A mente, mais aliviada, põe-se a calcular: “bem, se contar os dois doutores na frente e mais aquela ali... posso ainda entrar na quarta vaga, ou um deles pode desistir pra entrar noutro concurso e acabo incluído na terceira e etc etc.”
Todo o desgaste físico, mental e emocional, enfim, mostrou-se produtivo na quinta à noite. Porque, para a imensa alegria minha e de minha esposa, fui informado de que passei no concurso.
(hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha)
Sim, eu estou me gabando... e rindo à toa até agora :) )
Nos últimos quatro dias, de segunda a quinta, estive prestando concurso para professor de Expressão Gráfica e Análise de Arquitetura do Curso de Arquitetura da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em... Seropédica (o nome é esse mesmo).
Este foi o terceiro concurso para professor no qual participei. De longe, este era o que mais se adequava ao meu perfil e para o qual eu estava mais preparado — os outros dois foram para Design, na UEM e na FAU, e eu nem tinha terminado meu mestrado ainda. Mas este também foi o concurso que mais pesou sobre mim: tendo escolhido largar um ótimo emprego de professor público na UEM, meu futuro profissional na nova cidade é o que estava em jogo. Se por um lado me sentia mais seguro pelo meu perfil e experiência docente, por outro tanto maior era a obrigação de ter sucesso.
Foi uma correria atrás da outra. Fiquei sabendo do concurso no dia 18/12, avisado por uma amiga (valeu, Malu!). A inscrição se encerrava no dia 02 de janeiro. Meu final de ano estava completamente agendado — semana de natal ocupada com parentes e o casamento de um amigo, ano-novo como anfitrião. Quem esteve comigo no ano novo sabe o drama que foi a inscrição: tive que deixar de dar a devida atenção a meus amigos e parentes hóspedes para poder terminar a papelada de inscrição para o concurso, que incluía um Plano de Pesquisa.
O concurso foi marcado pra depois do carnaval. Resultado: passei o carnaval estudando. Além disso, a preparação incluiu um monte de livros trazidos da UEM, a compra de mais alguns (bem carinhos) e uma tarde na Biblioteca Nacional para pesquisar um único livro não encontrado em lugar algum. (tarde que se mostrou depois providencial!)
Nos dias do concurso: tensão, cansaço, o estranhamento do lugar, a precariedade da pousada em que fiquei, o calor horroroso, a má impressão inicial com Seropédica, um rápido ataque de pânico, uma noite virada e duas muito mal dormidas. E muito dinheiro gasto com táxi e hospedagem.
Afora isso, havia o medo da concorrência. Entre meus 16 concorrentes, haviam dois doutores, cinco doutorandos e três professores temporários que já davam aula no lugar. Ao final do concurso, a pontuação do meu currículo era realmente a menor dentre as 8 pessoas que chegaram na reta final.
Houve coisas boas: o clima de camaradagem entre os concorrentes ajudou muito, e os assuntos sorteados para provas escritas e didáticas foram muito bons mesmo para mim. Logo na primeira prova, o coordenador do curso avisou que as 2 vagas iniciais agora seriam 3, e mais à frente poderiam incluir até mais uma. A mente, mais aliviada, põe-se a calcular: “bem, se contar os dois doutores na frente e mais aquela ali... posso ainda entrar na quarta vaga, ou um deles pode desistir pra entrar noutro concurso e acabo incluído na terceira e etc etc.”
Todo o desgaste físico, mental e emocional, enfim, mostrou-se produtivo na quinta à noite. Porque, para a imensa alegria minha e de minha esposa, fui informado de que passei no concurso.
EM PRIMEIRO LUGAR.
(hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha)
Sim, eu estou me gabando... e rindo à toa até agora :) )
quinta-feira, 5 de março de 2009
Uma pequena revelação
Postado por
Gabriel G;
Scott McCloud é para mim um dos maiores gênios que já se envolveram com a linguagem dos quadrinhos. Pouquíssimas pessoas entendem o meio com a amplitude e profundidade dele.
McCloud é cuidadoso e polido em seus livros; não é afeito a se meter em brigas. Ainda assim, sempre tive a impressão de sentir nas entrelinhas de sua discussão formalista de forma e percepção, que ele possuía sim uma opinião política muito bem colocada -- e que eu simpatizava com ela.
(Bem... só o fato de seus três livros sobre HQ mencionarem a palavra política -- e com caultela visível -- já indicava que havia lá uma opinião possivelmente forte.)
Aí, agora há pouco pude ler estas duas HQs-on-line (feitas especificamente para a internet) nas quais McCloud trata especificamente de política -- e mostra que sua posição é, felizmente, a que eu esperava. Mais um sinal que, diante da "era Bush", o nível de absurdo foi tal que mesmo os mais discretos não deixaram de se manifestar.
http://www.scottmccloud.com/1-webcomics/mi/mi-23/mi-23.html
http://www.scottmccloud.com/1-webcomics/mi/mi-24/mi-24.html
McCloud, juntamente com Art Spiegelman, faz parte desse grupo de seres humanos nos quais podemos ver o que há de especificamente bom e espetacular nos EUA.
McCloud é cuidadoso e polido em seus livros; não é afeito a se meter em brigas. Ainda assim, sempre tive a impressão de sentir nas entrelinhas de sua discussão formalista de forma e percepção, que ele possuía sim uma opinião política muito bem colocada -- e que eu simpatizava com ela.
(Bem... só o fato de seus três livros sobre HQ mencionarem a palavra política -- e com caultela visível -- já indicava que havia lá uma opinião possivelmente forte.)
Aí, agora há pouco pude ler estas duas HQs-on-line (feitas especificamente para a internet) nas quais McCloud trata especificamente de política -- e mostra que sua posição é, felizmente, a que eu esperava. Mais um sinal que, diante da "era Bush", o nível de absurdo foi tal que mesmo os mais discretos não deixaram de se manifestar.
http://www.scottmccloud.com/1-webcomics/mi/mi-23/mi-23.html
http://www.scottmccloud.com/1-webcomics/mi/mi-24/mi-24.html
McCloud, juntamente com Art Spiegelman, faz parte desse grupo de seres humanos nos quais podemos ver o que há de especificamente bom e espetacular nos EUA.
domingo, 1 de março de 2009
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