segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Ano novo...

... como continuação do post anterior, segue a (para mim) chocante cena da semi-implosão do magnífico edifício abandonado do Moinho Central, em São Paulo.



Interessante: é o primeiro edifício em que já entrei que vejo ser implodido.
Em 2001, minha turma de graduação em Arquitetura e Urbanismo fez um exercício envolvendo a área desse edifício, e a reutilização dele mesmo. O meu projeto, particularmente, ficou uma droga. Mas ainda assim, esse edifício ficou na minha imaginação continuamente (principalmente por fazer parte de meu objeto de mestrado, como citado no post anterior). Como o conheci antes de ser ocupado completamente ele permanece na minha memória como gigantesco, cadavérico, estranho. Embora ilhado entre duas linhas de ferro, dominava completamente a paisagem, muito maior do que as edificações circundantes...

(Dá pra ver no vídeo como o danado é tão sólido que, na implosão, certas partes só "desceram" um andar, sem nem se abalar... qualquer um que tiver falado em "risco de desabamento" para justificar sua demolição deveria se sentir meio desconfortável... no mínimo)

Junto com a densa favela gerada em seu interior e exterior, esse edifício era uma tremenda pedra no sapato do processo de revalorização financeira que está em implantação na região. Agora convenientemente incendiado ("combustão espontânea"?) e, mais que muito rapidamente, tendo sua demolição declarada e iniciada -- junto com a também conveniente remoção da favela em sua volta, cujos moradores receberão da prefeitura um mais que conveniente "auxílio" de 300 paus (mensagem implícita: "vão entulhar alguma periferia já entulhada e sem importância ($) e deixem o filé pra nós, por favor").

Na precariedade do mundo de gatos elétricos de uma favela, não dá pra acusar ninguém; todavia, certas conveniências são impossíveis de notar.

Aguardemos.

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