sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O Monstro Souza, Ano 1: balanço da recepção e um causo

No último mês me novembro completou-se um ano de lançamento de "O Monstro Souza", o livro insano feito em parceria de Bruno Azevêdo comigo e mais outros.
Tive um ano particularmente cheio, de forma que parece até que esse acontecimento foi há mais tempo... muita água jpa rolou: eu fazendo um doutorado e finalizando outro livro, Bruno com filha, mestrado e um monte de projetos. Mas faz pouco tempo, realmente.
A título de arquivo, então, fiz  neste post uma compilação de links das principais resenhas, reportagens e comentários sobre o livro dos quais fiquei sabendo. (é mais ou menos algo que você poderia fazer sozinho no google se tivesse disposição, tempo livre e soubesse o que procurar e escolher...)

Vamos lá:

- O Monstro Souza no Programa "Banca de Quadrinhos".


Eu e o Bruno entrevistados a esmo na Rio ComiCon 2010:


A reportagem sobre o livro no jornal regional da rede Mirante  (retransmissora da Globo em São Luís). Esse não deu pra colocar no blog,  mas o vídeo está disponível ainda no site).


- A resenha de Celso Borges no jornal O Imparcial (concorrente d'O Estado do Maranhão, o qual também é conhecido como "Sarney News"):
(clica que aumenta!)


O Monstro Souza no Correio Brasiliense.


Resenha do livro no blog Meia Palavra.


A "Resenha Monstruosa" de Carlos Tosh.


Resenha do'O Monstro no Overmundo.


A resenha "A Saga do Monstro Souza", de Flávio Reis.


Resumo da entrevista maluca minha e do Bruno no Overmundo.


Entrevista de Bruno no blog "O Diário de André".


- Entrevista de Bruno com Zema Ribeiro.

Reportagem na Revista da Cultura, (publicação da célebre Livraria Cultura) na qual O Monstro Souza é citado como fazendo parte de uma "geração" que faz experimentos e inovações com o "velho suporte" do livro impresso. (só constando: ser citado num ensaio sobre esse assunto, mesmo que numa "revista de livraria", me dá muita satisfação!)


Para fechar o post, um causo inédito sobre o livro.

Quem já frequentou Cidade Universitária da USP sabe das feiras de livro que ocorrem na FFLCH durante o fim de semestre: episódios nos quais é possível comprar livros a preços muito sedutores.

Pois bem: lá pros idos de 2003 ou 2004, eu estava lá na feira. Esbarrei com um livro interessantíssimo na banquinha da Editora Altana:  "10 Presídios de Bolso", de Ronaldo Bressane. Antes de tomar contato com a prosa indecente, habilidosa e interessantíssima do escritor, o design do livro me chamou atenção. A diagramação, tipografia e etc, tudo formatava e dialogava com o "conteúdo" literário. E, embora não constasse na capa, realmente o designer Eduardo Kerges estava lá, no finalzinho do livro, apresentado em pé de igualdade com Bressane.  Eu estava então cada vez mais interessado em design de livros (perguntem qual o tema do meu doutorado agora...), e esse livro me trouxe muitas idéias e vontades.


Revelo: acho que foi daí que eu tive a idéia de fazer algo parecido com O Mostro Souza de Bruno, do qual eu era um participante já fazia tempo: tentar aprofundar o design do livro de maneira a influir na experiência e construção de seu "conteúdo" (eu sempre vou usar essa palavra com aspas, ok?) e, no final, aparecer creditado como co-autor. No final, podemos dizer que deu certo... mais ainda do que com o Kerges no "10 Presídios", se pensarmos que meu nome foi pra capa!... hehehehe :))

Mas voltando: a questão é comprei o livro num ano; no ano seguinte (2004 ou 2005), fui até a feira novamente para comprar um exemplar de "10 Presídios" para dar de presente ao Bruno. Nessa ocasião, o editor do livro, Xico Santos, estava lá, na banquinha da Altana. Pensando que um editor era justamente o que o Monstro precisaria -- conversei com ele e falei que estava envolvido num projeto de livro muito louco que também se buscaria usar criativamente a visualidade da mídia, e que achava que tinha a ver com o material de humor negro que a Altana dele estava produzindo (não mencionei que o livro seria sobre um cachorro-quente prostituto e assassino). Ele pareceu educadamente interessado, me deu seu cartão.
Naquela ora, achei que esse editor ele também era o cara que havia escrito a orelha do livro. Uma orelha engraçada, inteligente e sem-vergonha, que senti que tinha muito a ver com o tipo de humor seco e sacana que Bruno estava desenvolvendo.  Só que não, a orelha do livro tinha sido escrita por um cara com o nome levemente diferente: Xico Sá.


Anos depois, Bruno entraria em contato com Xico Sá, mas a respeito de Breganejo Blues  -- o livro independente que começou depois e terminou antes de O Monstro Souza. Confirmando que minha intuição estava certa, Sá gostou bastante do Breganejo, e um contato foi estabelecido. E, neste último ano, Xico Sá acabou sendo o mais célebre entusiasta de O Monstro Souza, o que deixou a mim e ao Bruno muito felizes.
Quão entusiasta? No nível de, quando perguntado sobre quem seria "o maior escritor brasileiro da atualidade" por ocasião da Feira de Livros de Parati, ele tascar: Bruno Azevêdo!
(Ele disse mais ou menos isso no twitter também, e isso causou uma alavancada considerável das vendas do livro em São Paulo...).

Citando algo que Sá disse a respeito de Breganejo, mas que vale perfeitamente para o Monstro: “é disso que a porra dessa literatura brasileira precisa: desrespeito com ela”.

 Noves fora a picaretagem de se elogiar algo no qual se está incluído: é realmente preciso atitude e culhão pra lançar um livro tão louco e completamente independente, sem a ancoragem em  nenhuma das várias centenas de editoras existentes no país. E isso Bruno teve e tem, para nossa sorte.
Conheço pouco da cena literária brasileira, mas confio que essa atitude -- de mais culhão e menos "respeito" -- lhe seria benéfica.


Longa vida ao Monstro.



Obs. 1: O Monstro Souza pode ser comprado na  Estante Virtual e na Livraria Cultura (a Livraria da Travessa tem exemplares, mas nunca colocou em seu site. Pfff.).
Obs. 2: Fiquei sabendo que, com o estado atual de leis e fiscalização, novos exemplares de nossa edição provavelmente não poderão mais ser vendido às livrarias... porque a nota fiscal dos livros tem de ser emitida obrigatoriamente a partir de uma CNPJ. Que bacana, não?
Obs. 3: Eu tenho uns exemplares comigo ainda, e Bruno deve ter bem ainda do que eu... interessados podem nos escrever, o preço continua camarada!...

2 comentários:

Marcílio, o gêmeo malvado disse...

Xico Sá é genial, leio há anos como colunista esportivo, não fazia idéia de que fosse um entusiasta dessa literatura independente.

Muito legal ver os dois livros, parabéns!

camila assim sabe disse...

hahah Incrivél! adorei os livros