Fazendo repercutir notícia de meia página da Folha de hoje.
Para ler a notícia, basta clicar no linkão aí em cima. Em suma, é o seguinte:
O PT entrou com um recurso no STF contra a lei que exige a apresentação do título de eleitor junto com o documento com foto na sessão eleitoral. Trata-se de manobra política, é bom que se diga, pois essa lei foi aprovada com apoio do partido e sancionada pelo Lula.
Mas...
A votação estava em curso no STF, e os 7 ministros que já haviam votado, haviam se posicionado contra a obrigatoriedade do título, por entenderem que este não garante que não há fraude, já que o documento não tem foto. Entendem ainda que os dados necessários já se encontram nas sessões eleitorais, e um documento com foto (RG) basta para aidentificação do eleitor.
6 votos seriam suficientes para garantir a não obrigatoriedade do título. 7 já haviam votado: Ellen Gracie, José Antônio Dias Toffoli,Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Carlos Ayres Britto e Marco Aurélio Mello (que disse que ele próprio perdeu seu título). Ou seja: qualquer voto posterior era voto vencido.
Às 14 horas de ontem, no meio da sessão, José Serra pediu para um assessor que telefonasse para Gilmar Mendes. Em pouco tempo, recebeu o celular em mãos, com a informação de que Gilmar Mendes estava na linha.
A conversa foi presenciada pela reportagem da Folha.
Serra inicia a conversa chamando Mendes de "meu presidente". Conversa vai, conversa vem, e pouco tempo depois, com o resultado já definido...
Gilmar Mendes faz pedido de vistas ao processo. Com isso interrompe a sessão, de resultado já definido. Prometeu à Folha que daria seu voto ainda hoje, mas caso não o faça, fica valendo a obrigatoriedade do título de eleitor.
Ambos, Serra e Mendes negam ter conversado!!
...
E o que tem de tão importante nisso?
O PSDB avalia que o eleitorado mais pobre, preferencialmente de Dilma, tem uma probabilidade maior de não estar ciente da obrigatoriedade do documento, o que poderia tirar de Dilma votos na faixa de renda na qual ela se sai melhor - que diga-se de passagem, é a maior faixa do eleitorado.
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Analisando o fato: Serra e o PSDB, tão ávidos a acusar o Governo Federal de quebras de sigilo de personagens menores do partido deles - manipulam o próprio poder judiciário a partir de sua mais alta instância: o STF. E o fazem através do mais polêmico ministro do tribunal, o sr, Gilmar Mendes, último presidente da casa e envolvido em um sem número de confusões.
Pergunta:
Se a imprensa pegasse a Dilma fazendo o mesmo, qual seria a repercussão disso?
Outra contradição interessante acontece nesse momento no Paraná:
Álvaro Dias, que ao lado do Arthur Virgílio (que vai perder seu mandato), foi o maior crítico do governo Lula no Senado.
Seu irmão, Osmar Dias, está concorrendo ao governo do Paraná, apoiado por Lula, Dilma e Requião. No último debate da Globo iniciou sua fala agradecendo a um telefonema do presidente, pouco antes, desejando-lhe sorte.
Álvaro Dias, deu entrevista ao ig, dizendo que foi traído pelo próprio partido (PSDB). Já tinha sido, ao ser preterido como vice da chapa de Serra em favor do desconhecido Índio da Costa, do DEM-RJ. Para ver a entrevista, clique aqui.
Disse, entre outras coisas, que o candidato do PSDB, faz "agressões despropositadas" ao seu irmão Osmar, e que é um "ser desprovido de ética". É interessante ver tucanos provando de sua própria verborragia.
Outro fato interessante: os tucanos, ferrenhos defensores do sagrado direito à Liberdade de Imprensa, proibiram, através de ações judiciais, a divulgação das 3 últimas pesquisas eleitorais (Datafolha, Ibope e Vox Populi), alegando que os métodos são questionáveis.
Nas últimas pesquisas publicadas, Beto Richa (PSDB) vinha perdendo votos para Osmar Dias.
De qualquer forma, é bom lembrar que os Dias também não são flor que se cheire. Como não era o Requião.
O Paraná é um estado sui generis.
9 comentários:
O STF acaba de decidir pela não obrigatoriedade do título. Menos mal. Mas não exime o Serra da tentativa safada de manipulação das eleições via STF.
Os últimos votos foram:
Celso Melo (contra a obrigatoriedade do título de eleitor);
Gilmar Mendes e Cezar Peluso (pela obrigatoriedade do título).
E o Pelluzzo ainda fez este comentáriozinho idiota - “acabou de ser decretada, a partir de hoje, a abolição do título eleitoral”.
O Peluso faz parte dos babacas do STF, junto com Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello. Aliás, esses três, mais o Celso de Mello e o Toffoli foram os responsáveis pelo impasse na lei da ficha limpa.
O caso é controverso, mas se a posição dos conservadores do Supremo fosse fácil e óbvia, os outros 5 não teriam votado com o relator - Carlos Ayres Britto. Esse sim é um herói lá dentro.
Não entendo esse apego ao título de eleitor, que jamais serviu pra bosta nenhuma mesmo. É um documento sem foto, que não possibilita a identificação do eleitor...aguardamos o tal documento único, que coloque num mesmo cartão todos os números que precisamos.
Também acho que um documento único, ou dois no máximo, seriam suficientes para isso. Temos CPF, título de eleitor, Carteira de Identidade, Carteira de Trabalho, Carteira de Motorista, Carteira de Identidade do Órgão de Classe (como OAB, CREA, CRP, CRF, CRM, etc, sendo que alguns têm algo semelhante a uma Carteira de Trabalho também além da identidade), os homens ainda tem Carteira de Reservista, fora os diversos cartões desde bancos, seguradoras até da locadora de filmes e os de fidelidade a alguma loja.
Precisamos de HD externo para tudo isso logo...
Mas brincadeiras a parte, o Marcelo foi me mostrando como o Marcos Aurélio é conservador, ele o o Arys Britto eram meus heróis no STF, certo que eu via mais exclusivamente pelas decisões exclusivamente técnicas e especificamente no referentes ao Direito Penal da pessoa comum.
Mas o Marco Aurélio foi me decepcionando mais e mais, bem como o Celso Mello que é um puta de um constitucionalista, mas conservador.
De qualquer forma, o Michel Temer é constitucionalista também, é inteligente, mas tem um histórico um tanto quanto, digamos, sujo... Apesar que sou simpático a causa petista nestas eleições e até gosto do pequenino livro do Michel Temer (Elementos de Direito Constitucional).
Bom paciência...
Manobras políticas e o maquinações... Copio uma frase de um personagem histórico muito querida do Marcelo, Ronald Regan, que disse: "Eu achava que a política era a segunda profissão mais antiga. Hoje vejo que ela se parece muito com a primeira.."
Me corrigindo no terceiro parágrafo do meu comentário, ficaria assim:
"(...)
Brincadeiras a parte, O Marcelo foi me provando que o Marcos Aurélio é conservador, sendo que ele e o Ayres Britto eram meus heróis no STF (o Britto continua sendo). Certo que eu via mais exclusivamente as questões técnico-jurídicas das decisões, e por um período, mais especificamente as referentes ao Direito Penal que atingia a pessoa comum."
(...)
Ah sim...o Reagan é muito querido!
Não leva a sério não Marcelo, mas a frase é engraçada...
E verdadeira!
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