sábado, 17 de abril de 2010

A "pequenina" tragédia da esquina

(por Gabriel)

Caíram as chuvas na semana passada, a partir da segunda-feira. Terça-feira a cidade já amanheceu em calamidade pública. Muitos me ligaram e escreveram, preocupados. Não sofri nada, nem engarrafamento. Aqui da minha rua, uma pessoa poderia ignorar totalmente tudo o que ocorreu no Rio.

Uma semana depois, esta última terça-feira. Despertador programado pra despertar às 6:15.
Às 5:45, acordo com um barulho muito alto e gradual, de coisa quebrando.

(penso, em sono: que diabo de caminhão de obra é esse? Quem está quebrando a calçada? E a essa hora?)
Minha esposa fica preocupada, e fala ainda na cama que a árvore na frente do prédio deve estar caindo.
Imagina, digo eu.
Vou lá na janela.
Aí pego a máquina fotográfica e vou pra sacada.











Não tive tempo pra digerir, tive que ir trabalhar. No dia seguinte, estava a notícia lá no site G1. As fotos da reportagem (tiradas por outros moradores da rua) talvez dêem uma idéia melhor do acontecido.

Foto: Carlos Ivan Miranda/VC no G1

Foto: Carlos Ivan Miranda/VC no G1

Foto: Vc no G1

(ironicamente, meu prédio não aparece em nenhuma imagem... esta última foi certamente tirada da frente dele.)
Felizmente,  essa queda tão grand não ocasionou vítimas e nem grandes perdas de patrimônio (só a calçada, o encanamento e o pobre monza bege). Nem os fios de eletricidades foram muito afetados, graças à árvore e os prédios da quadra em frente que serviram de anteparo à vítima tombada.

Mas bem: muitas árvores caíram nas chuvas cariocas noticiadas com assombro na semana passada.
Esta NÃO foi uma delas. Suas raízes, desproporcionadamente superficiais para uma copa tão imensa, já estavam fragilizadas fazia tempo; a gota d'água foi um estúpido vazamento de água que, durante dias a fio, carcomeu a terra em que suas raízes estavam já precariamente agarradas.

Era uma árvore linda e gigantesca. Devia ser velhíssima. Era uma das coisas mais legais da rua.
Sua copa ficava na altura do playground de nosso prédio, e o deixava muito mais bonito e agradável.
Eu literalmente imaginava filhos hipotéticos brincando no playground sob a sombra e a vista dessa copa, e ficava feliz.

O que restou foi uma grande clareira e dois enormes montes amorfos de madeira que até agora não foram retirados.

Merda.

2 comentários:

Marcílio, o gêmeo malvado disse...

Cara, que árvore linda...e que pena! Od Danieizinhos e Gabrielas terão que brincar sem sombra mesmo.

Eu tenho um sentimento parecido por um pinheiro lá de casa, que está inclinado desde sempre. Certa vez se falou em cortá-lo, para evitar a sua queda, e isso me partiu o coração. Ainda bem que descobrimos que não há esse risco e o meu filhote continua lá, de pé e torto.

Unknown disse...

Gabriel, vc nem imagina as coisas que aconteceram... lá na casa de meu pai, caiu um muro de arrimo... o pior de tudo foi que aconteceu às 3h00 da madrugada do dia D! E o meu pai não acordou com o barulho!

Nossa! era mesmo uma árvore linda, mas veja o tamanho do espaço deixado para ela crescer.. ELA MORREU SUFOCADA!

bjos, malu