domingo, 13 de janeiro de 2008

brasilidades

Já faz algum tempo que percebi que o afastamento sempre propicia pontos de vista interessantes acerca de tudo aquilo que nos parece normal em nossas vidas. Notei isso pela primeira vez de forma mais contundente quando estive nos EUA e passei a pensar no quanto algumas palavras em português não se parecem nada com o objeto que designam, uma que me chamava muito a atenção era a palavra "feijão"...não me preguntem porque, mas na época me soava estranho.

Muito tempo antes, ouvi pela primeira vez a expressão "cagando e andando", que uso bastante. Foi no TV Pirata, Cláudia Raia pintada de azul (não tenho certeza disso), com seis braços (disso eu tenho certeza), dizia:

"Eu sou a Deusa Caganda e Andanda" - como se fosse uma daquelas divindades hindus. Achei muita graça, embora àquela época não conhecesse a expressão.

Esses dias, estava explicando pra uns amigos da Suécia algumas expressões comuns no Brasil, e quando cheguei no "cagando e andando" os caras acharam muita graça. "Cagando e andando" realmente é o ápice do "não ligar". O sujeito está tão nem aí que sai andando e ainda caga um pouquinho. Ou bastante.

As risadas são pertinentes, é realmente muito engraçado.

Depois disso não consegui pensar em nenhuma expressão brasileira mais divertida, pictórica e exata.

Sugestões?



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4 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

um casal discutindo a relação dentro do coletivo, quando para encerrar o assunto, o rapaz levanta e fala em alto e bom tom : Ah, me chupa e me lambe!
Assunto terminado e casal desce sob risadas de canto de boca

Anônimo disse...

"minha nossa senhora"... ja parou pra pensar que, se a santa é de todos (nossa), por que raios a gente coloca o "minha" na frente? A filosofia foi feita na facu, mas eu percebi a estranheza quando ouvi a tentativa de traduçao: ma notre dame!

Gabriel G; disse...

Interessante como, quando visto no cinema, as expressões ganham outra dimensão... me surpreendeu muito, por exemplo, o taxi-driverístico "PAU NO SEU CU" do Paulo Miklos em O Invasor".

A última vez que me peguei impressionado com expressões brasileiras foi assistindo Tropa de Elite. Me diverti pensando em quão intraduzível é a fala "SENTA O DEDO NESSA PORRA!"