segunda-feira, 23 de julho de 2007

que somos nós?

Há uns 100 anos, Monteiro Lobato sentenciava:

"Um país se faz com homens e livros."

Como a gente chama então um lugar feito só de homens? Todas as pesquisas que eu vi na vida, indicam que o brasileiro lê muito pouco, cerca de 1,8 livros por ano. Segundo o questionário sócio-econômico do Enade, os universitários brasileiros (nossa elite intelectual), lêem no máximo 2 livros por ano.

Só pra efeito de comparação: na Argentina se lê 8 livros por ano, nos EUA 11, em alguns países da Europa, esse número chega a mais de 30 livros por ano.

Óbvio que não podemos comparar países tão distintos, mas o número no Brasil é baixo demais. Brasileiros não gostam de ler, muitos acham chato e muitos outros acham legal mesmo o fato de nunca ter lido um só livro.

O motivo dessa discussão é o seguinte: como esperar que o país tenha massa crítica em algum ponto da história? Como é possível qualquer desenvolvimento intelectual na ausência da leitura?

Toda e qualquer crítica feita por quase todo e qualquer brasileiro (afinal, nem todo mundo lê 1,8 livros/ano), só pode estar baseada nas mídias escrita, falada, televisionada, ou no que outras pessoas viram - e interpretaram. Eis um terreno fértil pros pouquíssimos formadores de opinião nesse país.

Grandes idéias raramente são transmitidas oralmente, exceção feita aos grandes professores e intelectuais nas parcas palestras que a vida nos oferece. Dificilmente conteúdos discutidos em salas de aula serão suficientes para uma formação intelectual aprofundada.

Infelizmente, a solução não está próxima, ainda que houvesse um grande aporte de verbas para a educação imediatamente, os resultados serão colhidos em no mínimo vinte anos. Já o gosto pela leitura, esse certamente demora mais, especialmente tendo que lutar contra o atual paradigma de que leitura é um negócio chato, pra gente chata e que não tem tanta importância assim; além da disputa com a preferência nacional, preguiçosa e burra, pelos programas de TV, orkuts, games, doces e objetos brilhantes.


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Um comentário:

Marcel disse...

Marcelo, gostaria de deixar um link que se aplica perfeitamente ao que você afirma e eu mais uma vez concordo plenamente, é do youtube, bem, lá vai:

http://www.youtube.com/watch?v=LDr8v9KHul4