Tenho uma boa quantidade de material não publicado no Wilbor. Esse material todo já envelheceu.
Antes que envelheça mais, vamos colocar tudo isso aí. Não importando a qualidade ou o atraso, ok?
Antes que envelheça mais, vamos colocar tudo isso aí. Não importando a qualidade ou o atraso, ok?
As batatas do vencedor
(escrito logo após a reeleição)
(escrito logo após a reeleição)
Esta eleição última foi um momento extremamente interessante.
Me fez retornar um pouco à infância: 1989, a torcida pelo Lulalá, etc.
É engraçado: Nunca torci tanto pelo Lula, em nenhuma de suas eleições anteriores. E eu com certeza tinha razões melhores para torcer por ele nessas outras.
Felizmente, minha reação posterior me mostrou que eu continuava são e que não tinha me convertido num militante: assim que o resultado da vitória veio, meu ânimo esfriou imediatamente, instantaneamente. Não houve comemoração alguma de minha parte. E ficou mais claro pra mim que nunca – e, veja bem, eu já sabia disso antes – que minha aflição e torcida eram, acima de tudo, medo do retorno do PSDB. Mas pior: de um PSDB canonizado pela incompetência e corrupção do governo petista, um PSDB que se veria talvez completamente sem oposição – uma vez que esta estaria desmoralizada – e completamente lambido pela imprensa.
(sim, sou daqueles que acham que a imprensa escrita em geral deu uma considerável “tucanada” nesses últimos quatro anos...)
(sim, sou daqueles que acham que a imprensa escrita em geral deu uma considerável “tucanada” nesses últimos quatro anos...)
Acabada a competição agora, certos fatos muito incômodos tem de ser retomados. Vou pegar só três pequenos.
Algumas verdades não podem ser ditas. Ou ao menos, não podem ser ditas de uma certa maneira.
O caso do caixa 2 é bem exemplar. Tenho certeza que o uso de caixa 2 em campanhas políticas é generalizado no Brasil, quase universal. AINDA ASSIM, isso NUNCA deveria ser dito pelo presidente do país, NUNCA em uma entrevista pública como aquela e NUNCA em tom de “não tenho culpa”, sob pena de desmoralização das instituições.
Outra coisa é o caso de “ser o governo mais investigado”. Ele é mesmo. E – isto é indizível -- talvez seja o governo mais probo da história brasileira desde que começamos a eleger presidentes de novo (isso não é TÃO difícil de acreditar se você fazer um esforço em lembrar dos governos predecessores, de tudo o que fizeram e de quais as quantias envolvidas...). Mas é imoral usar isso como defesa, é um argumento pueril.
Ah, e a retórica da propaganda política também foi especialmente odiosa. “Não troque o certo pelo duvidoso”? Foi exatamente isso que foi usado contra o PT por anos e anos a fio!
Muitas e muitas outras coisas, mas, enfim, alívio com gosto ruim na boca. Como um halls meio passado de um desses novos sabores esquisitos.
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