quarta-feira, 14 de março de 2018

Uma breve história no tempo

Primeiro foi o Carlos Heitor Cony, agora o Stephen Hawking...parece que este é o ano de perder os autores que inauguraram em mim o gosto por estilos específicos - talvez o Manuel Bandeira morra de novo em 2018.

"Uma breve história do tempo" foi o primeiro de muitos livros de divulgação científica que li, aos doze ou treze, por influência do Mario, que o leu aos onze ou doze. O exemplar original, eu jamais devolvi, de forma que esse também foi o primeiro livro que "roubei"*. Sem sombra de dúvida, foi o livro que me despertou o interesse no gênero; quem me conhece sabe o quão importante esse tipo literário é para mim.

A morte do Hawking tem um quê de agridoce: por mais triste que seja perder uma mente tão privilegiada, não consigo deixar de ficar um pouco feliz pelo fato de que ele, na condição de "condenado à morte" há tanto tempo, possa ter me acompanhado por tantos anos. O físico se transformou num ícone da cultura popular. Dono de um belíssimo senso de humor, gostava de mostrar esse lado nas entrevistas (vejam o vídeo abaixo). Também era afeito a dar pitaco nos grandes temas da humanidade e de nos fornecer declarações que podiam, automaticamente, serem utilizadas como argumento de autoridade - eu nunca deixei de refletir sobre elas, a mais recente, o medo que tenho das consequências do desenvolvimento da inteligência artificial.

Tem uma coisa linda sobre o Hawking: o exemplo definitivo de que o cérebro é aquilo que somos e o corpo, algo que temos.


https://youtu.be/OPV3D7f3bHY


* eu simplesmente assumi que havia devolvido o livro, até encontrá-lo, muitos anos depois, no fundo de uma estante. Nessa altura o Mario já havia comprado outro exemplar e deixou que eu ficasse com o original.

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