quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Seção fora do azul

Comecinho do ano, eu conversando com a Marilia:

"Mas Édipo não era aquele cara parido pela Vera Fischer?"

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O dia em que Frank Miller me escreveu




"Saludos,


Yo soy el Sr. Frank Miller, el gerente de créditos del Sistema Nacional de Salud Fiduciario en Holanda. Hay una cuenta que pertenece a la última miembro de la familia, Albert que voy a quiero discutir con usted acerca de y tiene algunas ofrelationship forma con que va por la similitud en el nombre. Estoy en el Reino Unido en el momento de someterse a una Curso de ingeniería financiera por favor envíeme un correo electrónico con respecto a esto. Usted me puede dar su número de teléfono personal para que yo pueda darle una llamada, que es urgente.

Saludos,

Frank Miller."



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

"passivo-agressivo"

Quem acompanha o Wilbor de vez em quando pode ter percebido que geralmente é o Marcelo que coloca a questões de religião e ciência aqui. Tendo vivido num meio mais crente que eu (e sendo mais combativo), essa questão se tornou um ponto sensível para ele. Meu ateísmo geralmente é mais calmo; mas há momentos em que eu entendo bem a revolta do Marcelo. Vou narrar três "gentilezas" que presenciei.

1. Em espaço urbano
Já vi outras vezes, porque esta andou virando lema por aí.
A primeira vez que vi foi na estrada entre Maringá e Cianorte, na traseira de num carro:

"Deus sem você é DEUS.
Você sem Deus é NADA."

...Uau. Logo assim, do nada. Que gentileza. Valeu.
Descobri que há versões de estadia fixa, como esta placa que encontrei na web:


(bem, me pergunto em que diabo de terreno essa placa estava?)

2. Virtual
O e-mail a seguir eu já recebi umas três vezes. Mais do que uma questão de crença, o problema  é sobretudo o insulto à minha inteligência.


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VOCÊ FICARIA DE PÉ?



Havia um professor de filosofia que era um ateu convicto.



Sempre sua meta principal era tomar um semestre inteiro para provar que

DEUS não existe.

Os estudantes sempre tinham medo de argüi-lo por causa da sua lógica
impecável.
Por 20 anos ensinou e mostrou que jamais haveria alguém que ousasse
contrariá-lo, embora, às vezes surgisse alguém que o tentasse, nunca o
venciam.

No final de todo semestre, no último dia, fazia a mesma pergunta à sua
classe de 300 alunos:
- Se há alguém aqui que ainda acredita em Jesus, que fique de pé!

Em 20 anos ninguém ousou levantar-se.

Sabiam o que o professor faria em seguida....Diria : - Porque qualquer
um que acredita em Deus é um tolo! Se Deus existe impediria que este giz
caísse ao chão e se quebrasse.
Esta simples questão provaria que Ele existe, mas, não pode fazer isso!
E todos os anos soltava o giz, que caia ao chão partindo-se em pedaços.
E todos os estudantes apenas ficavam quietos,
vendo a DEMONSTRAÇÃO.

A maioria dos alunos pensavam que Deus poderia não existir. Certamente,
havia alguns cristãos mas, todos tiveram muito medo de ficar de pé.

Bem.... há alguns anos chegou a vez de um jovem cristão que tinha ouvido
sobre a fama daquele professor. O jovem estava com medo, mas, por 3
meses daquele semestre orou todas as manhãs, pedindo que tivesse coragem
de se levantar, não importando o que o professor dissesse ou o que a
classe pensasse. Nada do que dissessem abalaria sua fé...
ao menos era seu desejo.

Finalmente o dia chegou. O professor disse:

- Se há alguém aqui que ainda acredita em Jesus, que fique de pé!
O professor e os 300 alunos viram, atônitos, o rapaz levantar-se no
fundo da sala.

O professor gritou:
- Você é um TOLO!!! Se Deus existe impedirá que este giz caia ao chão e
se quebre!
E começou a erguer o braço, quando o giz escorregou entre seus dedos,
deslizou pela camisa, por uma das pernas da calça, correu sobre o sapato
e ao tocar no chão simplesmente rolou, sem se quebrar.

O queixo do professor caiu enquanto seu olhar, assustado, seguia o giz.
Quando o giz parou de rolar levantou a cabeça... encarou o jovem e...
saiu apressadamente da sala.
O rapaz caminhou firmemente para a frente de seus colegas e, por meia
hora, compartilhou sua fé em Jesus. Os 300 estudantes ouviram,
silenciosamente, sobre o amor de Deus por todos e sobre seu poder
através de Jesus.
Muitas vezes passamos por situações em que acreditamos que "nosso giz"
vai quebrar, mas Deus, com sua infinita sabedoria e poder faz o
contrário, por isso, você tem duas opções:

1 - Apagar esta mensagem e esquecer a história ou,

 2 - Passar a seus amigos, cristãos e não cristãos, dando-lhes a coragem
que precisamos todos os dias ao nos levantarmos.

EU ESTOU DE PÉ!!!!!!!
E VOCÊ ME ACOMPANHA????????

Abraços.

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Obviamente, continuei sentado.

Porque esse texto é um insulto?
Porque sua única "qualidade" é ser... temente a Deus. Todo o resto -- lógica, honestidade argumentativa -- é pure crap. Se você inverter a historinha -- colocando o professor como crente e o menino como ateu -- ela funcionaria. Ela tem locais pré-determinados de "bom" e "mal": o mal é estúpido e impositivo, o bem é resistente e digno... argh.
(Se inventar estorinha vale, posso inventar outra em que o giz cai e se parte... e o resultado? O minininho fica temporariamente calado e envergonhado; mas no final, continua achando que "é Deus testando sua fé". Fim. Êêêêê.)

3. Institucional
A chave de ouro foi este vídeo aqui, parecidíssimo com a historinha do e-mail que acabei de veicular.



Eu o chamei de "chave de ouro" porque não se trata de um simples e-mail de pessoas crentes, mas de um vídeo de propaganda institucional. E um vídeo institucional do Ministério da Educação e Ciência da Macedônia.


Alôu. Devo repetir?


Um vídeo institucional do Ministério da Educação e Ciência de um país fazendo uso mentiroso e sem-vergonha de uma figura de autoridade científica (Albert Einstein) -- pra proferir uma argumentação que, na verdade, é de Santo Agostinho!!
Ou seja, critica-se a "arrogância atéia" por meio do uso falacioso de um sofisma -- sofisma porque fundado na analogia. Atenção, meus caros: analogia nunca é "prova" de coisa alguma, mas apenas recurso retórico (ver uma crítica aqui). Presta-se a um só tempo um desserviço ao pensamento lógico e às histórias da ciência e da teologia.


E isso pra defender.... a volta da religião à escola


Tenho medo de pensar no que raios essa "volta" significa.
a) proibir professores ateus de achincalharem seus alunos? ( imagino que deva ser suuuper comum lá na macedônia!)
b) proibir professores ateus manifestarem suas opiniões a respeito?
c) proibir professores ateus at all?
d) tornar obrigatórias disciplinas de religião na escola?
e) tornar obrigatórias rezas diárias na escola?
f)  ou... tornar obrigatório o ensino de criacionismo em aulas de biologia como "uma outra teoria científica"?




Religion is science?
- MY ASS.


A não ser que a Macedônia seja um país hipercientífico onde pobres crianças cristãs sejam discriminadas com freqüencia (hahahaha), esse vídeo é puro veneno.
Prestem atenção: o professor ateu é mostrado como  imbecil (até eu teria vontade de dar um tapa na orelha dele, de tão tosca a sua argumentação) e cruel com as pobres crianças -- as quais, obviamente, já nasceram crentes. A fé delas é sempre algo "natural", que vem "de dentro"... nunca algo que lhes foi ensinado por pais ou padres. Ou seja, ao invés da questão ser representada como realmente é -- uma guerra entre "professores" -- o que se apresenta é a Guerra da desonestidade atéia contra a boa e natural inclinação, inerente às crianças, de acreditar em Deus...Minha nossa, é pra vomitar. E não por causa de quem está certo ou não; a minha questão nem precisa chegar a ser essa. O que há de doente nessa história é sua lógica enviesada: a própria forma como o outro é apresentado. Porque "outro"? Porque, obviamente, trata-se de obras de crentes para outros crentes: e o outro -- no caso, o ateu -- é apresentado como inerentemente agressivo, autoritário. (Eu pergunto: qual a força política da Igreja na Macedônia? ...)


Mas isso, obviamente, não me surpreende. E não é pela desonestidade que permeia a propaganda (embora ela seja desonesta, como já indiquei). Não, o buraco é mais embaixo: para os crentes hardcore, a existência de um não-crente por si só é agressiva. Você não precisa sequer ser um polemizador ou alguém realmente agressivo, não precisa entrar em conflito: sua escolha, sua inclinação, é por si só um insulto. 
Se você não sabe disso, é porque você não é ateu nem nunca externou esse conhecimento a pessoas muito religiosas. Nem haveria como ser de outro jeito: se seu modo de vida é a condição última e irretorquível para a decência e a salvação da alma, é simplesmente inaceitável estar fora desse modo de vida. Conclusão previsível: não há diálogo possível com alguém incapaz de suspender ou relativizar minimamente sua própria posição (a não ser, é claro, o "diálogo" da conversão -- ou melhor, da submissão).


A mesma discussão vale para a reação a homossexuais, a feministas, etc: eles é que são os agressivos, sempre. Eles é que ficam por aí incomodando, exigindo que você os aceite, que que você seja como eles; eles é que querem dominar, impor sobre os pobres "normais" e "decentes" o "matriarcado" ou a "ditadura gay"...
(Laerte, como sempre)


Nessas horas, a fala do Dawkins comparando o movimento gay com os ateus me parece especilmente relevante. O lema realmente é importável: "we're here, we're queer, get used to it."

Estamos aqui; somos diferentes*; se acostumem.


* Além de "homossexual", "queer" tem originalmente vários significados: "estranho", "distorcido",  "desalinhado", etc.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Fábrica de Monstros

Post de divulgação de coisa interessante:

No começo do ano descobri (não me lembro mais como) o seguinte site:


Achei a idéia genial.  O dono da coisa é Dave Devries, ilustrador/desenhista de quadrinhos, que trabalhou na Marvel desenhando Homem-Aranha, X-Men, Quarteto Fantástico entre outras coisas, resolveu fazer arte a partir de desenhos de monstros feitos por crianças.  O cara pega os desenhos tosquinhos e dá uma bela duma arte final em cima, conferindo um grau de realismo impressionante aos personagens.

Devries também dá palestras e workshops em escolas, ocasiões nas quais ele escolhe um desenho de alguma criança na hora e faz um quadro, o que deve fazer com que o (a) garoto (a) se sinta o máximo...

Alguns exemplos:




Enfim, só pra constar.