domingo, 19 de junho de 2011
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Laerte - nova fase
Postado por
Marcílio, o gêmeo malvado
Sem maiores delongas: o espaço que o Laerte ocupa aos sábados, que rendeu "Muchacha" e "Laertevisão" agora está sendo utilizado para uma experiência meio rara na produção do Laerte: Charges e quadros com temas políticos. As últimas 10 são assim, com exceção (talvez) da segunda na sequência que coloquei aqui:
Várias dessas se referem à discussão do casamento gay, sendo que na 9a. ele resolveu desenhar o Bolsonaro mesmo. Aliás, Bolsonaro foi o que aconteceu antes da primeira tirinha dessa série, que já havíamos postado aqui, como resposta àquela estupidez racista/homofóbica que ele disse à Preta Gil.
A quarta aparentemente trata do uso da norma culta na língua portuguesa (a discussão sobre o livro que relativiza os erros de português).
As outras são mais claras, e resolvi postá-las aqui depois de ver a última - talvez uma referência à entrevista do Palocci.
Divirtam-se!
Inserido posteriormente: ok, não tinha nada a ver com o Palocci, mea culpa....eu não tinha a menor noção da existência de um "Brilhante Ustra", ache com cara de barbudinho do PT).
Inserido posteriormente: ok, não tinha nada a ver com o Palocci, mea culpa....eu não tinha a menor noção da existência de um "Brilhante Ustra", ache com cara de barbudinho do PT).
domingo, 5 de junho de 2011
FHC, um presidente muito louco!
Postado por
Marcílio, o gêmeo malvado
Vamos embasar a discussão com cinco teses:
- A guerra contra as drogas foi perdida. O uso de drogas ocorre desde os primórdios da humanidade, e até mesmo entre animais um exemplo curioso disso pode ser visto aqui;
- O uso de drogas é problema de saúde pública, não de polícia. O abuso dessas substâncias pode levar a problemas de saúde - físicos e psiquiátricos. Esses usuários devem ser tratados, não presos;
- A proibição das drogas só beneficia os traficantes. A proibição faz de seu comércio um crime e do traficante um empresári com domínio total sobre uma indústria que movimenta bilhões de dólares e leva a outros crimes. Além disso, coloca o usuário em contato com criminosos.
- A proibição das drogas não inibe o seu consumo. Meio óbvio, uma vez que as pessoas usam drogas;
- Campanhas publicitárias e políticas públicas direcionadas podem reduzir o consumo de drogas. O melhor exemplo disso é a diminuição do consumo de tabaco - droga lícita.
Pois bem. FHC agora diz tudo isso em mais um pouco no documentário "Quebrando o tabu", do meio-irmão do Luciano Huck:
Bem, nada contra, aliás, acho ótimo que uma pessoa da relevância do nosso intelectual ex-presidente participe desse debate. Agora, não é estranho que FHC assuma essa postura agora?
Eu não cobraria dele que tivesse feito alguma coisa durante o seu mandato, uma vez que no Brasil os fins eleitorais aliados à covardia da nossa classe política impeçam mudanças desse tipo...o exemplo mais recente é o atraso na discussão do aborto provocado pela campanha de José Serra, mas isso são outros quinhentos...agora, voltemos a analisar a posição de FHC:
O ex-presidente diz que faz parte do grupo de "fumou, mas não tragou". E que a única droga que experimentou foi lança.
Sinceramente, eu acredito nele.
Agora, ao ser questionado sobre o porque de sua inação sobre o tema em sua presidência, a resposta me parece menos honesta: afirma que na época não tinha a mesma consciência sobre o tema - justificativa que aparece no trailer - aliás, não é estranho que Clinton e Dreifuss apareçam falando sobre o problema e FHC se justificando?
Ora, presidente...
É possível acreditar que FHC, o intelectual de Sorbonne tivesse opiniões formadas sobre tudo à época de seu governo mas não sobre a gravidade do problema do uso de drogas, especialmente tendo sido presidente durante a implantação do Plano Colômbia? Pergunto pelo seguinte: as cinco premissas apresentadas no início desse post não são novidade alguma. Desde quando se defende a legalização da maconha? Desde quando a Holanda permite o uso em Coffe Shops? Desde quando existem alunos de ciências humanas?
Finalmente: FHC não é um intelectual qualquer. É um intelectual uspiano. E não um uspiano qualquer: é um uspiano da FFLCH, o habitat natural do bicho-grilo.
Como foi colocado anteriormente, acredito que FHC nunca tenha experimentado maconha...nem todo mundo o fez. Agora, na condição de sociólogo, estudante e depois professor da USP, na FFLCH, creio ser impossível que ele não tenha tido contato com usuários de maconha e com a discussão da legalização. Logo...
Não pode ser verdade que durante sua presidência FHC não tivesse consciência das posições que adota agora.
Isso nos leva a uma questão: se FHC está assumindo uma postura corajosa, ao defender a descriminalização e regulamentação das drogas, porque não escolher uma resposta do seguinte tipo:
"No período de minha presidência, havia uma pressão muito forte do EUA pela repressão contra as drogas, culminando no plano Colômbia. O Brasil não estava em condições de se colocar contra essa política."
Vejo duas possibilidades:
1) Não cairia bem para FHC, afirmar que o Brasil não poderia bater de frente com os EUA nos fóruns internacionais num debate global sobre a política de repressão às drogas.
- na minha opinião, essa possibilidade é meio boba: de fato o Brasil não costumava peitar os EUA, mas ninguém jamais se envergonhou disso...o problema talvez seja a comparação com o governo de seu sucessor não-intelectual, seu sucesso junto à opinião pública e esquecimento dos avanços de seu governo.
2) FHC faz parte de um grupo chamado "The Elders", algo como "Os Anciãos". Trata-se de um grupo de lideranças globais, todos membros da inteligentsia global - coisa certamente inalcançável para Lula, logo, porto-seguro para FHC. Entre os Anciãos (são apenas 11!!), estão Nelson Mandela, Jimmy Carter, Desdmond Tutu e Kofi Annan. O grupo tem uma clara inclinação liberal, e vários deles aparecem no documentário do filho do Mário de Andrade. Talvez ficasse mal se postar contra um posicionamento liberal do grupo...mas certamente não foi isso: melhor que agir passivamente, não se postando contra, que tal liderar os anciãos numa cruzada pró-maconha? Isso garantiria a FHC novamente o status de liderança global em um tema de grande relevância.
Bom, é isso. Certamente assistirei o documentário recordista de captação de recursos da Lei Rouanet, provavelmente concordarei com a discussão e tudo mais...mas é meio esquisito. Mas legal, valeu Fernandos!
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