Pois: há três semanas, o "anjo do livro" (copyright by Mancha) me fez esbarrar com "Em defesa das causas perdidas", um catatau do Slavoj Zizek. E não é que, folheando-o, dei de cara com um texto chamado "a verdadeira esquerda de Hollywood"... que, entre vários filmes, discute justamente significados políticos de 300 com apontamentos bem diferentes dos meus.
Basicamente, entre outras provocações ele coloca que alguns filmes com mensagens superficialmente e obviamente vistas como "de esquerda" -- como Red, de Warren Beaty e mesmo uns de James Cameron como "Titanic" -- seriam um embuste para aquilo que um esquerdista tem de ter em vista nos dias de hoje, enquanto um filme como "300", acusado de facismo, guardaria vários valores genuinamente essenciais à "racionalidade revolucionária".
Pra minha sorte, tem o trecho exato de 300 na web, em inglês. Um pedacinho aqui:
The Spartan ruthless military discipline is not simply the external opposite of the Athenian "liberal democracy," it is its inherent condition, it lays the foundation for it: the free subject of Reason can only emerge through a ruthless self-discipline. True freedom is not a freedom of choice made from a safe distance, like choosing between a strawberry cake or a chocolate cake; true freedom overlaps with necessity, one makes a truly free choice when one's choice puts at stake one's very existence - one does it because one simply "cannot do it otherwise."
Vale a pena ir lá e ler tudo.
Um comentário:
realmente um achado, meu caro Gabriel. Estou já a um tempo procurando algo desse autor para ler. Valeu a dica! Um abraço,
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