segunda-feira, 13 de outubro de 2008

SE

SE pararmos pra pensar, uma das coisas ambivalentemente interessantes de ser professor é ser surpreendido pelas idéias ou criações mais inesperadas. Mas algumas são mais inesperadas que outras.

Imagine SE você, como banca de uma seleção para a vaga de professor, numa prova escrita sobre composição plástica, tem que se digladiar com um texto que não só é enrolação, mas uma enrolação de duas páginas com palavras bonitas e que não significam ABSOLUTAMENTE NADA.

SE pensarmos um pouco a respeito, veremos que não é um caso qualquer. É um primor da enbromação. E é um caso perigoso, pois vai ter gente que, por ignorância, vai sentir-se tentada a respeitar o autor pelo simples fato de não entender o que este diz.


Enfim, imagine SE você tivesse que avaliar um texto que acaba assim:

"SE, numa dobra do espaço, o tempo se fizesse suficiente para que uma configuração com sólidos fosse composta dentro da perfeição e a arte pudesse miscigenar o dinâmico e o estático, a partir de um ponto relativo, nosso conhecimento seria fundo para nossa imaginação que, respaldados pelo tempo, transformaria um simples sólido, amorfo, estático e inanimado em arte."

(infelizmente, eu não fiquei com o trecho que fazia referência a "composições com sólidos" provocando "emoções, sensações, orgasmos"...)


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2 comentários:

Marcílio, o gêmeo malvado disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!!

Gente insistindo na prolixidade...na verdade, bastante comum, justamente pelos motivos que voccê expôs: uma tentativa de impressionar pela dificuldade de compor uma idéia clara com os elementos fornecidos.

Gostaria de ver o trecho das "emoções, sensações, orgasmos", mas a situação da dobra do espaço tá ótima.

abração!

Anônimo disse...

Que é isso gente, o cara é um parnasianista, é óbvio... Meu, sinceramente, dá até vontade de aprovar o cara, não dá Gabriel?!?