Citando o nosso célebre ex-presidente: esqueçam o que eu disse antes.
Hoje li um ótimo texto do Sérgio D´Ávila, falando sobre uma nova "Guerra Fria", protagonizada por EUA e China. A atual batalha está sendo travada agora, no quadro de medalhas das olimpíadas de Pequim.
Permitam-me reproduzir o artigo na íntegra, com alguns grifos:
O verdadeiro conflito
A CELEBRAÇÃO dos povos e a fantasia de harmonia dos Jogos Olímpicos foram atropeladas pela realidade da geopolítica. Geórgia? Quem falou em Geórgia? Estou me referindo a outra realidade, muito mais séria, que tira o sono do norte-americano médio: os EUA foram ultrapassados no total de medalhas e no número de ouros pela China.
Segundo o quadro mais atualizado a que tive acesso, aquele que os sites noticiosos locais estão apontando como se fosse o mural da vergonha gringa, o país-anfitrião está com 35, sendo 22 ouros, ante os 34 dos EUA, com dez ouros.
Como espectador a 11.170 km de Pequim, assisti com curiosidade ao deslocamento aos poucos do foco noticioso do conflito no Cáucaso para o conflito na ginástica olímpica feminina. A questão dominante passou a ser não se o pró-americano Mikhail Saakashvili despertou a hibernação do urso russo, mas se as medalhistas de ouro chinesas tinham mesmo 16 anos.
Jornalista georgiana atingida por um tiro de um franco-atirador russo? É nada diante do fato de que uma das ginastas chinesas era banguela, prova de que era tão nova que perdeu o dente-de-leite e ainda não deu tempo de nascer o outro...
Condoleezza Rice apresenta a proposta de cessar-fogo aos dois países hoje, mas o que importa mesmo para o público é saber por que o Politburo chinês decidiu colocar a menininha mais bonita fingindo que cantava na abertura, dublada por outra de melhor voz.
(Como lembrou Jon Stewart, do "Daily Show", programa humorístico que é um dos melhores jornalísticos no ar, os americanos fazem isso o tempo todo nas aberturas de jogos locais, com meninas que "cantam" de araque o hino nacional. Aliás, o expediente é antigo e já foi visto de "Cyrano de Bergerac" a "Cantando na Chuva"...)
A entrelinha é clara: se eles estão ganhando "da gente", é porque estão roubando. Eis a verdadeira guerra.
Hoje li um ótimo texto do Sérgio D´Ávila, falando sobre uma nova "Guerra Fria", protagonizada por EUA e China. A atual batalha está sendo travada agora, no quadro de medalhas das olimpíadas de Pequim.
Permitam-me reproduzir o artigo na íntegra, com alguns grifos:
O verdadeiro conflito
A CELEBRAÇÃO dos povos e a fantasia de harmonia dos Jogos Olímpicos foram atropeladas pela realidade da geopolítica. Geórgia? Quem falou em Geórgia? Estou me referindo a outra realidade, muito mais séria, que tira o sono do norte-americano médio: os EUA foram ultrapassados no total de medalhas e no número de ouros pela China.
Segundo o quadro mais atualizado a que tive acesso, aquele que os sites noticiosos locais estão apontando como se fosse o mural da vergonha gringa, o país-anfitrião está com 35, sendo 22 ouros, ante os 34 dos EUA, com dez ouros.
Como espectador a 11.170 km de Pequim, assisti com curiosidade ao deslocamento aos poucos do foco noticioso do conflito no Cáucaso para o conflito na ginástica olímpica feminina. A questão dominante passou a ser não se o pró-americano Mikhail Saakashvili despertou a hibernação do urso russo, mas se as medalhistas de ouro chinesas tinham mesmo 16 anos.
Jornalista georgiana atingida por um tiro de um franco-atirador russo? É nada diante do fato de que uma das ginastas chinesas era banguela, prova de que era tão nova que perdeu o dente-de-leite e ainda não deu tempo de nascer o outro...
Condoleezza Rice apresenta a proposta de cessar-fogo aos dois países hoje, mas o que importa mesmo para o público é saber por que o Politburo chinês decidiu colocar a menininha mais bonita fingindo que cantava na abertura, dublada por outra de melhor voz.
(Como lembrou Jon Stewart, do "Daily Show", programa humorístico que é um dos melhores jornalísticos no ar, os americanos fazem isso o tempo todo nas aberturas de jogos locais, com meninas que "cantam" de araque o hino nacional. Aliás, o expediente é antigo e já foi visto de "Cyrano de Bergerac" a "Cantando na Chuva"...)
A entrelinha é clara: se eles estão ganhando "da gente", é porque estão roubando. Eis a verdadeira guerra.
Folha de S. Paulo, 15 de Agosto de 2008
Torcerei então pela França. A França jamais faria uma coisa dessas. Além disso, os caras tem um judoca super simpático, que pisca para a câmera toda vez que ganha uma luta. Podia ser meu vizinho gente boa. O Sarkozy não chama tanto a atenção quanto o Bush, mas é um cara chique e de bom gosto, a julgar por sua esposa. Tem o Alain Bernard, que não ganha tanta medalha quanto o Phelps mas é recordista dos 100m livre na natação. O negócio da França não é quantidade, é qualidade. Bernard podia ser casado com minha filha, que podia ser como a também judoca Lucie Decosse, uma gracinha de menina. E a marca do futuro agora é a Le Coq Sportif - sport et stile.
8 comentários:
Será que alguém na França está pensando: "...é, acho que vou torcer pro Brasil, afinal o Cielo ganhou os 50 mestros livres no cubo d'água, ele é simpático, até chorou (cercado por dois franceses), o cara podia ser meu vizinho é tão simpático... Ora, dos BRIC, China, não merece, e Rússia (apesar de não estar entre os três primeiros) não merece, Índia é muito hindu, não merece e nós odiamos os E.U.A..."
Até imagino o francês gritando: "Vive le Brésil!"
Enquanto não temos a resposta:
"Vive la France!"
Marcelo desculpa, mas fiquei indignado quando olhei recentemente o quadro de medalhas e lhe pergunto que país é o Zimbábue que está em trigésimo e nós trigésimo nono????
Pra conferir no site seguinte:
http://www.quadrodemedalhas.com.br/beijing-2008/quadro-geral/
ah sim, o Brasil está em 38ª, me perdoem a gafe injustificável, mas ainda estamos atrás do Zimbábue...
Porque o Zimbábue é muito melhor que o Brasil, ué...
Essa é a pior Olimpíada que vejo desde Seul (que é a primeira Olimpíada da qual tive alguma lembrança).
Como é que um dos maiores, mais populosos, mais geneticamente variados e até mesmo (embora desproporcionalmente) mais ricos do planeta é tão nó-cego nos esportes?
Tenho o orgulho de dizer que ficamos na frente do Zimbábue que ocupou nosso lugar, isto é, ficaram em 38ª colocação no quadro de medalhas, nós ficamos em 23º (haha... tomou Zimbábue?!)...
P.S: Ficamos na frente da Moldávia, da Malásia, do Tadjiquistão, do Quirguistão e, pasmem, ficamos na frente de Portugal, da Grécia, da Suécia, de Israel, da Bélgica, da Suíça, da Dinamarca e dos hermanos Argentinos (esses últimos com muito gosto)...
P.S 2: Não tenho nada contra Zimbábue, inclusive parece ser um dos países africanos mais desenvolvidos e como todos, muito sofridos por causa de um imperialismo (além de usurpador) pessimamente executado, mas mesmo assim... eis a prestativa (e nem sempre certa) Wikipedia para conhecer mais a antiga Rodésia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Zimbabwe)
Ufa! No balanço final, até que a Olimpíada não foi ruim. Já estivemos bem piores.
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