Edição especial de WSR: escolha a nova morena da Folha
Houve uma época em que a Folha de São Paulo fazia a festa do leitor de jornal brasileiro, com sua fabulosa dupla de meninas: Eliane Cantanhêde, a loira, e Renata Lo Prete, a morena. A última abandonou o barco e migrou para a Globonews, deixando sua alva e elegante companheira em vôo solo...desde a saída de Lo Prete, nenhuma outra morena se firmou em posição que pudesse fazer aquela agradável tabelinha com Cantanhêde.
Eliane é uma mulher sofisticada, bonita, inteligente. Lo Prete é tudo isso, só que um pouco menos charmosa...em compensação, deu um dos furos mais importantes do jornalismo nacional ao entrevistar o confiável deputado Roberto Jefferson quando ele revelou uma história que depois foi adaptada para se transformar naquilo que conhecemos como mensalão.
As candidatas foram cuidadosamente selecionadas para essa pesquisa pelo Oráculo do Milênio, de forma que são inquestionáveis - ainda assim, abrimos espaço para outras opiniões, igualzinho à Folha. O critério para definir quem é morena é aquele correto: pessoa de cabelos negros ou castanhos - gente clara de cabelos castanhos claros são morenos claros, e é simples assim. Mulatas são mulatas e negras são negras, não "moreninhas", já que somos contra o uso do termo "moreno" como eufemismo pra negro. Dessa forma, Sheherazade é morena, convivam com este fato.
Rachel Sheherazade é uma espécie de Cantanhêde de canal ruim de TV, só que com menos brilho, elegância e charme. Tá, talvez não seja uma espécie de Cantanhêde, pra não ser injusto, mas são definitivamente da mesma espécie - a nossa. Ou talvez seja um tipo de "She-Datena". É, é isso. Palmirinha entra como um convite à diversidade na página de opinião da Folha, jornal tão eclético e imparcial, com espaço pra todo mundo e todo tipo de opinião, até aquelas que não têm nada a ver. E a Mulher Samambaia tá aí pra quem acha que beleza é fundamental e nem acha que a Cantanhêde precise de uma parceira tão convencional, no sentido jornalístico da coisa. Cristiana Lobo é a escolha do leitor tradicional, e seria também uma chance da Folha se vingar das organizações Globo, levando uma de suas morenas mais destacadas. Sem mais delongas, eis a enquete que elegerá a próxima morena da Folha!
A disputa será acirrada. Qual dessas será a nova morena da Folha? Votem!!
Pra quem não está a par da função da loira da Folha: trata-se de uma das colunistas mais importantes do jornal, publica na segunda página (opinião) às terças, quintas, sextas e domingos. Ou seja: fica na frente, liderando a coreografia do jornal. A morena teria função similar: ficaria na frente do jornal exibindo suas exuberantes opiniões, refletindo a alma do conjunto. Cumprindo seu papel de jornalista indignada, escreveu revoltosas 10 colunas desde o dia 20 de julho de 2014, data na qual a Folha publicou o escândalo da construção do aeroporto nas terras do tio-avô de Aécio. Abordou o tema em quase uma delas - a Folha não pode ser acusada de parcialidade. Pra entender o papel da jornalista-estrela da Folha e votar em sua morena de forma consciente, aqui vão links de todas as 10 são do naofo.de, acompanhadas de um pequeno (médio ou longo) comentário, cliquem à vontade, sem dar audiência ou usar a generosa cota de 10 reportagens que a Folha te dá todos os meses. Aviso que nenhuma vale tanto a pena assim, e estão aí mais pra provar que eu não tô mentindo nas análises e sinopses - já que todo mundo mente, de vez em quando.
Pra quem não está a par da função da loira da Folha: trata-se de uma das colunistas mais importantes do jornal, publica na segunda página (opinião) às terças, quintas, sextas e domingos. Ou seja: fica na frente, liderando a coreografia do jornal. A morena teria função similar: ficaria na frente do jornal exibindo suas exuberantes opiniões, refletindo a alma do conjunto. Cumprindo seu papel de jornalista indignada, escreveu revoltosas 10 colunas desde o dia 20 de julho de 2014, data na qual a Folha publicou o escândalo da construção do aeroporto nas terras do tio-avô de Aécio. Abordou o tema em quase uma delas - a Folha não pode ser acusada de parcialidade. Pra entender o papel da jornalista-estrela da Folha e votar em sua morena de forma consciente, aqui vão links de todas as 10 são do naofo.de, acompanhadas de um pequeno (médio ou longo) comentário, cliquem à vontade, sem dar audiência ou usar a generosa cota de 10 reportagens que a Folha te dá todos os meses. Aviso que nenhuma vale tanto a pena assim, e estão aí mais pra provar que eu não tô mentindo nas análises e sinopses - já que todo mundo mente, de vez em quando.
20/07/2014: Gastando cartuchos
Cantanhêde destaca a rejeição de Dilma como o dado mais importante aferido na última pesquisa Datafolha, o que talvez a impedisse de vencer no segundo turno (o instituto aponta a vitória no primeiro turno).
22/07/2014: Pega ladrão!
Passada a copa e deglutida a boa organização, Cantanhêde declara que é hora de deixar de oba-oba e voltar a pensar na bosta do país, em todas as suas bostas e de que bostas acusaremos Dilma, Lula e a bosta do PT . É tanta bosta que ela não sabe nem dizer quantos gringos foram vítimas de roubos:
"Não sei quantos latino-americanos ficaram sem dinheiro e documentos para voltar, mais de 12 mil argentinos foram vítimas de roubo/furto no Rio e, segundo levantamento do site G1, os furtos em trens, metrôs e ônibus em aumentaram 379% em São Paulo em relação ao ano passado. Imagine fora deles!"
Bom, aparentemente ela sabia. Mas quantos roubos ocorreram fora dos trens/metrô/ônibus, hein, hein?!? Eu nem imagino. Ela é jornalista, talvez possa apurar.
24/07/2014: O entra e sai na berlinda
Eliane Cantanhêde aborda, en passant, o Aecioporto.
Em sua única coluna sobre o tucano, Dilma é assunto em cinco dos sete parágrafos, Campos em dois deles. Para a colunista, enquanto "o TCU livra a cara de Dilma", Aécio e Campos "resvalam" em questões éticas. Aécio "entrou na berlinda por 'reagir mal' às perguntas inconvenientes".
Fiquei preocupado com o parágrafo final do texto, possivelmente escrito sob abstinência de alguma droga para tratamento de transtornos dissociativos (não tomem essas porras, depois dá nisso):
"E a economia, a mão pesada estatal, o desajuste do setor de energia? Ah! Isso é coisa para a 'elite branca'."
Hein?
25/07/2014: "Anão diplomático"
A jornalista concorda com a posição brasileira, mas não sem antes dar uma coçadinha em sua glândula conservadora, só pra aliviar o comichão.
"Depois de três anos e meio de uma política externa dorminhoca, o Brasil deu um pulo da cama, tomou-se de brios e partiu pra cima de Israel."
27/07/2014: Salve-se quem puder
Sobre a rejeição do mercado à Dilma, Cantanhêde concorda que é uma análise arriscada, embora levada a sério pelas campanhas - é verdade. Explica o processo: se a previsão de crescimento cai, a crença na vitória de Dilma cai e as bolsas sobem.
O terceiro parágrafo faz o serviço de reacender a rejeição das elites à presidente: o PT utiliza esse dado para reforçar, aos pobres, que rico não gosta da Dilma.
No final, lembra o nível de rejeição da presidente no país (35%, meio normal pra quem governa) e de 47% em SP, que vive uma espécie de esquizofrenia no plano local, com altos índices de aprovação a um governador que faz uma gestão, digamos, problemática (PM, escolas, USP, água, corrupção no metrô, etc).
Mas...e o Lula? Mais uma vez a jornalista brilha na frase final:
"Aliás, Lula? Vai passar incólume por essa imensa onda de rejeição?"
29/07/2014: Dividindo os erros
Nham-nham-nham!!! Sabatina da Folha com a Dilma, prato cheio e no dia seguinte é dia de feijoada - que em São Paulo se come também nas quartas.!
Dilma arranja desculpas para a economia. Dilma erra ao dizer que o pessimismo afeta a economia, que é feita de expetactivas, quando na verdade "a economia é calcada, não em impressões e em manifestações de ruia, mas sim em dados concretos feitos por especialistas - do Banco Central e da área econômica, além da indústria e de agências de avaliação."
Aqui, peço licença para me alongar mais e "enseriar" a coisa.
No dia 22 de julho, a Folha publicou a seguinte reportagem: "Humor piora e deixa abaixo de 1% previsões para o PIB"
A previsão do boletim focus, uma pesquisa de mercado feita ou encomendada pelo Banco Central, caíra para 0,97%.
A Folha foi atrás de investigar, lógico. E listou as razões que motivaram os economistas a refazerem suas projeções:
1) Queda na produção industrial.
2) Vendas do comércio (err...essas subiram em maio, mas "só porque foram puxadas por alimentos, móveis e eletrodomésticos". O que tinha que subir, com o perdão da ignorância? Se a venda de adubos, canos de PVC e material de festas infantis tivessem subido valia?
3) menor criação de vagas formais no primeiro semestre desde 2008. Foram criadas 588.671 vagas contra 397.936 naquele ano. Bom, foram criadas mais vagas, certo? Nesse ritmo (o pior de Dilma), seriam geradas, em seu governo, 4.709.368 vagas. Até junho foram geradas 5.052.710 vagas. Isso no meio da crise mundial e levando em consideração que o nível de desemprego continua baixíssimo, com um número de pessoas que nem estão procurando emprego porque optam por estudar, etc, etc, etc. FHC gerou, nos seus oito anos, 5.016.672, numa média semestral de 313.542 vagas/semestre. Imagine como estaria o humor dos economistas se estivéssemos assim?
4) cai a confiança da indústria;
5) cai a confiança do consumidor.
Sou só eu, ou das cinco razões apontadas apenas a primeira é uma razão real negativa, mensurável de fato? 2 e 3 são dados positivos, 4 e 5 são, bem.....expectativas - e com variação pequena. Há ainda dois outros indicadores, que são meros desdobramentos da produção industrial, portanto, mais do argumento 1.
Sobre isso é só.
31/07/2014: Profecias e realidade
Neste dia Cantanhêde nos explicou a realidade. É uma coluna meio sem sal, como deve ser a realidade, apesar dos temperos da jornalista. Deixo só a frase final, pra dar o gostinho:
"O empresário sabe distinguir 'profecia pessimista' de constatação."
Sim, pudemos observar na coluna anterior...o mau humor provocado pelos fatos reais, e não pelas "profecias pessimistas" Ah, o empresariado brasileiro, esses sábios! Aqui um deles, indignado feito um paulistano:
Ou só valem os grandes? Tipo o pai desta criatura:
Sim, eu entendo a falácia do espantalho, mas é só uma aparente: vejam o que eles concluíram dos dados apresentados no quadro da Folha. E você? Olhe aqui. Talvez não seja justo usar esses dois exemplos só porque a esmagadora maioria deles é mais parecida com isso aí do que com um Bill Gates - este, um conhecido petralha maldito.
01/08/2014: E o Lula, hein?
Pois é, e o Lula, hein? Essa coluna demonstra a capacidade de leitura de Cantanhêde: dias antes ela perguntou "e o Lula". Não tardou para que o assunto aparecesse na mídia.
Como diz o Gabriel, Lula é responsável, entre outras coisas, pelos empregos desses colunistas - ou pelo menos pelo aumento na repercussão destes. Antes do Lula ninguém lia gente como Azevedo, Constantino...até Olavo de Carvalho, cujo conhecimento era ostentado apenas pelos reaças mais ávidos e debochado por um pequeno setor da esquerda (eu já conhecia - rá!) publicou um livro com direito a estardalhaço e gente neo-politizada compartilhando nas redes sociais.
Como ninguém respondeu a pergunta feita no dia 27 (op. cit.), Cantanhêde se responde: Lula inventou Dilma e Haddad. Se a aprovação dos dois está em baixa, não seria natural que Lula fosse atingido?
Ela não sabe: "Será?"
03/08/2014: A indústria dá o troco
Cantanhêde (e toda a mídia) ficaram espantados ao descobrir que pessoas se preparam e combinam respostas em CPIs. Pior: há uma orientação política nisso. Pior: parlamentares "amigos" pegam leve com gente que, caso pegassem pesado, poderiam comprometer.
Desenho do Gabriel, feito originalmente para
este post. Tem alguma relação com isso aqui.
Jânio de Freitas, em coluna publicada neste mesmo dia "responde":
"Perguntas de aliados do depoente, em CPI, jamais, em qualquer tempo e em qualquer país, fugiram a este princípio: destinam-se a ajudar o depoente. Nem teria sentido que fosse o contrário entre aliados. Tal princípio explica, por exemplo, o motivo das lutas pela composição das CPIs sérias, o que não é o caso das duas simultâneas a pretexto da Petrobras –dose dupla cujo despropósito denuncia a sua finalidade de apenas ajudar eleitoralmente a oposição.
De aliado para aliado, nem o improviso em indagações surpreende o indagado. Mesmo que sugerido por uma situação de momento, segue as instruções já dadas pela liderança ou as combinações na bancada. Mais ainda, as perguntas e respostas previamente ajustadas, entre inquiridor e depoente, sempre foram e serão condutas lógicas e, pode-se supor, as mais frequentes entre correligionários nas CPIs. Assim como fazem todos os advogados ao preparar seus clientes para depoimentos policiais e judiciais.
O escarcéu em torno do jogo de parceiros, entre inquiridores governistas e depoentes da Petrobras, é o escândalo da banalidade. Bem conhecida de jornalistas, que provavelmente vão explicar qual é a fraude existente, e a que tanto se referem, na colaboração de condutas sempre vista por eles nas CPIs. A explicação é conveniente por ser bem possível que a fraude não esteja na conduta de integrantes da CPI, mas em outras.
Este e os demais capítulos do caso Petrobras, à margem da importância que possam ter ou não, ficam na mastigação de chicletes por estarem nas mãos da oposição mais preguiçosa de quantas se viu por aqui. As lideranças do PSDB e do DEM ficam à espera do que a imprensa publique, para então quatro ou cinco oposicionistas palavrosos saírem com suas declarações de sempre e com os processos judiciais imaginados pelo deputado-promotor Carlos Sampaio. Não pesquisam nada, não estudam nada, apenas ciscam pedaços de publicações para fazer escândalo. Com tantos meses de falatório sobre Petrobras e seus dirigentes, o que saiu de seguro (e não é muito) a respeito foi só por denúncias à imprensa. Mas a Petrobras sangra, enquanto serve de pasto eleitoral."
Depois vem esse Lula descolando um emprego pra Nora no Sesi!! O Sesi, segundo a Wikipedia é "uma rede de instituições privadas brasileiras". Pelo nome parece ter algo com a indústria...a ousadia do presitralha (*)!! Como pode , onde já se viu? E esses industriais, que além disso doaram até dinheiro pras campanhas todas?
Sabe onde é foda, mas foda mesmo arrumar emprego pra parente? No âmbito público. E sabem que grupos/partidos são craques nisso aí?
Bão, dos nossos 594 parlamentares (513 deputados e 81 senadores), 280 vêm de famílias de políticos - tem tudo nesse infográfico. O ranking por partido, em % dos membros que vêm de "clãs" políticos:
DEM: 67%
PMDB: 66%
PP: 63%
PTB: 58%
PSC: 50%
PSDB: 49%
PSB: 48%
PR: 44%
PDT: 37%
PPS: 36%
PV: 31%
PCdoB:24%
PT: 22%
Imaginem a quantidade de assessores e gente empregada através do nepotismo cruzado? Há ainda uma diferença qualitativa. Marta e Eduardo Suplicy entram na conta porque foram casados. Acontece que ambos construíram carreiras políticas independentes...Marta não se elegeu senadora porque foi "esposa do Suplicy". O mesmo ocorre com Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo. É meio diferente de um certo senador mineiro, candidato à presidência da república, filho de deputado, neto de ex-presidente (o outro avô foi secretário estadual de JK) e primo de senador de outro estado. Diferente, né?
Imaginem se a imprensa verificasse essas coisas com a mesma intensidade pros dois lados? Imagina na Copa?
*Curtiram, amiguinhos do bem? É "presidente + petralha", mas pode ser entendido como "presidente dos petralhas" ou "presidente-tralha". Usem isso aí.
05/08/2014: Tudo embolado
O empresariado nacional - mais especificamente os industriais - se vingam da presidente cortando doações. Sem citações aqui, coluna meio óbvia: tudo vai mal, obrigado.
Agora...e a veja, hein?
Tem que ter lido pra entender, certo?
Nota 1: ao menos parte da equipe de redação de Wilbor se Revolta entende que a pesquisa pode ser interpretada como machista ou de mal gosto. Consideramos, porém, que da mesma forma que Constantino e Pondé podem ser alvo de comentários em função de sua busca por um macho que os satisfaça (em função disso e disso), a brincadeira é pertinente - e as duas fazem dupla na Globonews - canal da Rede Globo, essa sim, com um quadro de mau-gosto chamado "as meninas do Jô", como se fosse muito exótico mulher comentar política. Nossas sinceras desculpas à Palmirinha, um doce de velhinha que faz doces e à Mulher-Samambaia, sobre a qual não sabemos absolutamente nada.
Nota 2: Pouca gente vai acreditar, mas eu não sabia quem era a Mulher Samambaia. Eu pensei no nome, achei conveniente, e fiquei torcendo pra que fosse morena, antes de consultar o Oráculo do Milênio.